Em Portugal, ao fim de mais de 40 anos de democracia ainda
se vive sob um clima de medo. Não de ti, mas de gente nervosa e lobbysta.
Ninguém ou quase ninguém, se atreve e tem coragem, conscientemente, a chamar
fascista a quem assim se revela, ou que este mais aquele apresenta laivos de
fascista. Eles existem ou desapareceram por milagre de sto.antoninho? Eles
andam por aí escondidos ou disfarçados de bonzinhos, embora não à Rui Vitória?
Certamente que existem e de boa saúde e disfarçam quanto podem. Sabem-se arrumar por detrás dos partidos com assentos seguros,
que lhes dão garantia de comer e engordar à fartazana com laranja para
desenjoar. Vivemos num país em que até parece que não temos um presidente de
tudo e de todos com características ultrapassadas, chochas, conservadoras no
pior das conservas, nascido e presente na ditadura que o meu velho pai
combateu. Um vice-1ºministro com o rosto sob o boné do antigo regime, e que
discursam fluentemente mais a favor do 28 de maio, do 25 novembro, do que do 25
de abril de74. Temos empresários que sabem posicionar-se, apoiar e aparecer à
chamada e nos partidos, que lhes permitam entrarem em Belém para serem
consultados, temos contabilistas ditos economistas de renome, professores e
especialistas que dão para o torto, que até já passaram pelos governos que
puseram o país no estado comatoso em que está a definhar, e o povo com vontade
de lhes virar as costas. Portugal é um país aonde o medo persiste. Quase
ninguém ousa dizer e os media nem
pensar, que há resquícios fascistas a enfileirar na política nacional que só
gosta de(o) Poder, e que após ser ouvida por um presidente da mesma escola
vertebral, logo diz ao que foi fazer, à saída do palacete presidencial e a
arrotar aos microfones ali dispostos, a manifestar que tipo de governo
desejaria, mais convinha ao seu jeito de “investir”, com que melhores olhos
veria S. Bento do Poder Aberto – Deus nos valha, pois que já Francisco de Roma
não nos pode valer. Quem leu até aqui, tem o meu respeito e considero-o
valente, capaz de enfrentar qualquer daesh
ou o diabo pintado. Quem chegou até aqui já sentiu do quê e de quem estou a
referenciar. Os de direita extrema, coligados, vão-me designar do piorio.
Outros vão ensaiar o pensamento para se coligarem a mim, e entabular com os
seus botões –“era isto que eu gostaria também de escrever, mas faltam-me “cojones” tal como a alguns jornais, que
se queixam de liberdade de imprensa, às vezes. Mas em Portugal ainda se vive
com medo “de la vie”, até porque há leis que defendem os intocáveis que se dirão
ofendidos e nos levam diante da “justiça”.Que nos resta? Temos que combater o medo palaciano du pouvoir et du boulevard
dos 31 convidados escolhidos a dedo e a preceito do chefe, que o tempo o
empurra para fora e para dentro da má memória, ou outro que seja o medo criado
por quem quer que seja. Usemos para já, a palavra, e a pouca liberdade
consentida que ainda se consegue antes de subir as escadas do Parlamento e os
jardins do Palácio de Belém.
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