Os meios de comunicação social todos os dias nos bombardeiam
com assuntos importantes e nos esmagam com “temas” que nos vão entretendo e as
banalidades do nosso dia a dia estão a tornarem-se rotinas.
Por exemplo: com muita frequência os Bancos e Empresas pedem
aos clientes para converterem as suas consultas e facturas em “online” e assim
pouparem papel… e depois complementam o apelo que com estas atitudes estamos a
salvar árvores. Isto é verdade mas ainda há muitas pessoas sem ligação às novas
tecnologias.
Mas depois enchem-nos as caixas de correio com “publicidade”
– a maior parte todas as semanas, apelando a compras com preços especiais… e
então agora já não estão sensíveis às árvores???
Neste pequeno exemplo há muitas banalidades que nos passam
despercebidas. Aceitamos como rotina normal esperarmos pelo folheto do
supermercado para ir comprar… Não estamos preocupados com as árvores porque há
uma componente na feitura destes folhetos muito importante: dão trabalho aos
que elaboram os preçários, às tipografias e até aos distribuidores destes
papelinhos… e, entretanto, há lixo e muitos folhetos que vão parar aos
contentores azuis.
Há uns que pensam que os preços deviam ter uma certa
estabilidade e não andarem a mudar de semana para semana, mas assim não haveria
curiosidade de saber o que está em promoção e as pessoas olhariam as comprar
como uma zona cinzenta.
Já falei também nesta coisa dos apelos das TV do telefone,
telefone… Se esta banalidade tem alguma veracidade todos os dias são entregues
alguns mil euros o que ao fim de um mês, e de um ano são milhares… Mais uns
extras nos fins de alguns programas e mais um carro de vez em quando. Até o
governo continua a dar carros. Temos falta de empregos? Há pessoas sem
esperança de estabilidade familiar? Vão-se entretendo com os finais dos
programas dos telefonemas.
Uns terão (?) milhares de prémios pelo gasto de sessenta
cêntimos mais IVA e outros são esmagados com horários e exigências por uns
salários que muitas vezes não chegam para pagar a casa onde dormem.
Quando chega a época natalícia multiplicam-se as iniciativas
de “solidariedade” que mitigam ligeiramente esta banalidade de falta de
empregos, de estabilidade, de esperança num futuro minimamente sonhado.
Afinal muito do nosso dia-a-dia é feito de coisas sem
importância – as tais banalidades – que nos absorvem e aceitamos e nem damos
por elas. E se nos propósitos para o próximo anos incluíssemos uma alínea de
atenção à monotonia que nos querem impor e mesmo que nada possamos fazer pelo
menos poderemos dizer: “sei que não vou por aí”.
Clotilde Moreira
Um grande abraço, Maria do Céu Mota pela sua disponibilidade.
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