A Florence Nightingale
Com desvelo foi criada
Menina muito mimada
Para encantar nos salões
Dezasseis anos apenas
Mostraram-lhe vidas plenas
De outros grandes corações.
Escolheu ser enfermeira
Numa decisão primeira
A seus pais desagradando
Não era esse o destino
Que naquele meio “fino”
Eles andavam sonhando…
Voluntária numa guerra
Bem longe da sua terra
Com baixas arrepiantes
Longe do que antes era
Acabou com a quimera
De muitos seus semelhantes
Sangue e lama na trincheira
E a jovem enfermeira
Num inverno pavoroso
Viu-se de tudo carente
Comando indiferente
Sofrimento afrontoso!
E por fim mais confortados
Os parentes mais chegados
Dos soldados que voltavam
Eternamente tão gratos
Com poemas e abraços
O coração lhe tocavam.
Inapagável candeia
Nightingale na Crimeia
Henry Dunant em Solferino
“Humanizaram” a guerra
Grande vergonha da Terra
Que não quer esse destino!
Amândio G. Martins
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