Passadas, já, duas semanas da publicação da nossa petição online «
A Voz do Cidadão nos Jornais», espanta-me que
apenas 77 pessoas (ao momento) a tenham assinado. Não compreendo que, feitos mais de cento e sessenta contactos (mensagem enviada a leitores -escritores de cartas para jornais) , a adesão esteja a ser tão fraca. As pessoas não querem saber, não querem envolver-se... Será uma causa perdida? Quero acreditar que não. Obrigada a quem já participou, assinando e divulgando.
Por coincidência ou não, saiu no dia 11 um artigo escrito pelo jornalista António Guerreiro versando sobre a qualidade dos comentários online (nos sites dos jornais):
"
Era uma bela utopia: abrir os sites dos jornais e revistas aos comentários dos leitores, promovendo assim o debate, a troca de argumentos, a socialização do saber, o ideal democrático de uma esfera pública alargada e cada vez mais esclarecida, conforme ao projecto moderno de uma sociedade transparente. Resultou, afinal, numa forma tenebrosa de obscurantismo e fomentou a exibição pública das reacções intelectualmente primárias e socialmente reprovadas, como são a injúria e a agressão.(...) “Quantos comentários devo eu ler, na Internet, para perder a fé na humanidade? Muitas vezes, a resposta é: um comentário”.(...)
É hoje evidente que os comentários não trouxeram nada daquilo para que foram concebidos (...)
Por tudo isto, muitas publicações têm nos últimos tempos tomado a decisão de os fechar. Esse movimento está a crescer, há hoje uma discussão alargada sobre o que fazer com os comentários que, para além de terem efeitos perniciosos na esfera pública, são muitas vezes fontes de problemas jurídicos e de má imagem das publicações."
Convido-vos a refletir e a comentar:
aqui .
Estamos a viver um período de insegurança social. A nível das nações, entre algumas, as relações estão a deteriorar-se. O medo dos ataques terroristas vai, paulatinamente, percorrendo caminho. Os empregos deixaram de ser estáveis, salvo se estiverem ligados aos quadros da função pública. No nosso caso, comunicadores através da imprensa escrita, porque alguns escritos têm, de longe, melhor qualidade que os de alguns profissionais obtusos, não seremos bem aceites nos espaços que estes julgam lhes pertencerem eternamente. Este homenzinho que escreve este artigo não tem razão e, se há casos de ofensas, a culpa será de quem faz a selecção dos comentários, pois estes passam pelo crivo da "censura", pois nem todos são publicados. É uma intervenção infeliz deste jornalista, que parece não ver muito para além da sua sombra. Quanto aos proponentes da nossa petição, a falta de participação, é o reflexo de um desencanto que está a corroer o país, porque as pessoas já acreditam em muito pouco.
ResponderEliminarO amigo Tapadinhas diz aqui uma coisa que eu desconhecia; também há "censura"/crivo nos comentários on line? Se há, tem razão. Se não há, tem o Guerreiro, porque efectivamente se vê tanto lixo e veneno...Estou a referir-me aos on line (que não sigo muito) e no F Book. Nos jornais e revistas, não há lixo! Aí, limitam-nos ao máximo. Daí a petição. Mas a malta encolhe-se. Infelizmente. A fome, o receio, o medo, a ignorância, nunca foram bons conselheiros... Nós, que já andamos nisto há algum/bastante tempo, não paremos! As minorias têm que ser sempre os catalisadores. Parabéns à Céu por trazer para aqui a discussão. Um abraço a todos/as!
ResponderEliminarAmigo Ramalho
ResponderEliminarUm abraço lusitano.
O que está em causa são os escritos e comentários nos jornais, sejam on line, sejam nos periódicos, e o jornalista, do alto da sus sabedoria, ataca toda a "voz do povo". Ainda não soube de nenhum caso de comentário que tenha ido parar aos tribunais, mas se fossem muitos daria mais brado. Quanto ao corte (censura) os responsáveis pelo site podem excluir (apagar) o que acharem despropositado ou excluir definitivamente o prevaricador.
Como é evidente, amigo Tapadinhas, aceito e agradeço o seu esclarecimento. E só se pode então concluir que a guerra que o Guerreiro move, é apenas contra nós, leitores. E, provavelmente, sob as ordens de algum "general".
ResponderEliminarO abraço lusitano, é um grande abraço. Outro para si!
Já agora digo-lhe, amigo Tapadinhas, que vou comer uma açorda de beldroegas com bacalhau. Digo também aos outros amigos/as, mas eles, como não são alentejanos, não sabem o que é!
ResponderEliminarAi isso ė que sei! E estou de acordo: beldroegas com eles;
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