Apontamentos
diversos
Descontando
algumas excepções, como Frei Bento Domingues, os teólogos em Portugal, ao
contrário de Espanha, não se pronunciam sobre a crise economico-financeira.
Gonzáles Faus, da Faculdade de Teologia da Catalunha, critica sem pruridos a
presente situação.
Num trabalho
intitulado “Agências de rating ou de raping?”, denuncia os bancos de
investimento que vendiam activos tóxicos, sabendo que o faziam, com as
malfadadas agências a classificá-los com triplo A, porque também ganharam biliões
com isso; pouco antes da queda, o vigarista Madoff tinha triplo A…
Diz Gonzáles
Faus que o real significado daquela legenda das notas de dólar, “In God We
Trust”, é mesmo “In THIS God We Trust”. É que para Wall Street e o capital, um
trabalhador não é mais que uma ferramenta, e as ferramentas não têm qualquer
dignidade!
Quem são os
mercados? Como o que mais interessa é o lucro, os donos do dinheiro investem
somas fabulosas na especulação financeira; neste momento ninguém sabe até onde
chega a imensa montanha de dinheiro que os “mercados” manipulam sem qualquer
controlo. Um só indivíduo, com o seu computador, a partir de casa, pode afundar
a estabilidade económica e as poupanças de milhões de pessoas.
A corrupção
maior que enfrentamos não é a desta ou daquela pessoa, deste ou daquele político,
mas a do sistema capitalista que tudo domina; para os traficantes capitalistas
ganharem dinheiro, este já não tem de passar pela produção de coisa nenhuma,
pois o lucro é mais fácil no mercado de capitais, sem qualquer controlo sério.
Presentemente
produzem-se alimentos para 12 mil milhões de pessoas, mas há mil milhões com
fome e a cada dia morrem mais de 20 mil crianças. Na especulação sem escrúpulos,
um “investidor” compra todos os cereais do mercado e guarda-os; as pessoas vão
morrendo de fome, mas quando os preços subirem ele vende-os pelo dobro ou
triplo do preço justo.
Amândio G.
Martins
Um dos melhores textos que desde sempre li aqui no blogue. Um retrato fidelíssimo do capitalismo que não tem remédio. É incurável. Acabará por ser auto-destrutível. Mas com que custo!?
ResponderEliminarAssim é; assim tem sido.
ResponderEliminarDe facto, este sistema que nos degrada já deu muitas demonstrações da sua falta de vontade de se reformar, porque é assim como está que ele rende aos seus fautores, aos seus ideólogos. Mal saídos da última crise criada pelas suas falcatruas e ei-lo a laborar nos mesmos erros, com os mesmos métodos, as mesmíssimas jogadas sujas...
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