Não sei se o diabo anunciado, é este, de que a Madeira não consegue ver-se livre. As tragédias no Funchal sucedem-se de tempos a tempos, e sem explicação compreensível. São já demasiados episódios de desgraça que têm lugar na ilha atlântica e banhada de razões para ser feliz. No entanto, vá-se lá saber porquê, os ilhéus são convocados sem que para tal se fizessem convidados, a participar ora num comício que acaba mal, ora numa festa religiosa que tem um fim deplorável e nada protegido pela paixão que a fé alimenta. No Lugar da Fonte, o povo comemorava a Nª.Senhora do Monte, na maior paz e no conforto do bom convívio, quando o diabo se soltou da terra, e fez cair sobre quem ali se recriava, uma árvore de grande porte, mas de nenhuma solidez. Uma árvore que estava de pé sem segurança e sem vigilância do seu estado de saúde, e por isso doente. Portugal tem experimentado nos últimos meses, uma série de acontecimentos maus, qual deles o mais reles e mortífero, que nenhuma divindade, mais ou menos deste ou doutro mundo pode justificar. Agora uma tragédia, que se segue a outras, abateu-se mais uma vez, sobre o povo simples da Madeira, que só queria festejar a sua Padroeira, e ali mesmo no Monte, passar um feriado calmo e feliz. Mas tanto a ilha como o país, está sob o signo da desgraça, que se repetem para nosso descontentamento e pesadelo. Episódios sem rosto mas que deixam rasto, contam-se vários, desde quedas de aviões, cheias a deitar por fora e a invadir vidas que se apagam, e quedas de árvores que se não aguentam de pé, de raízes podres e demais cansaços e sem diagnóstico especializado por parte dos responsáveis e autoridades civis que devem zelar e são responsáveis por tais assuntos de lazer e de morte, consoante o desfecho com que nos surpreendem. Os fogos encheram-nos de morte e as cinzas ainda pairam no ar, e agora uma árvore de porte considerável que prometia oferecer conforto, desabou sobre uma pequena multidão, que se recolhia à sua sombra, descansadamente, e sob ela pereceu ou dela saiu ferido. Demorará inquéritos, após muitas comissões formadas, até que as causas sejam do domínio público, para que saibamos o que realmente esteve na base e falhou para este desmoronamento daquilo que à priori se julgava seguro, e se transformou numa arma assassina de um povo que se apresentou para uma missa, e em festa convivia entre amigos e família. Que resposta irá ser dada, para esta e as outras desgraças ainda mal resolvidas, ou conjugar-se-ão esforços por dentro de inquéritos, para que a culpa morra solteira mais uma vez? As nossas condolências ao povo sofrido do Funchal e à Ilha da Madeira sempre bela e formosa, mas receosa de ir até à fonte, assim tão mal calçada!
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