terça-feira, 29 de agosto de 2017

Leituras de férias


Sublinhei com muito interesse o artigo de José Ribeiro e Castro sobre o terrorismo.  O antigo líder do CDS está convicto de que é preciso fazer algo mais contra esse fenómeno, luta essa que passa pelo plano moral e psicológico ( "o mal vence-se de vez quando cada um o vence dentro de si", construindo e conseguindo " a ilegitimação moral do terrorismo em todo o mundo"). E, lembrou, sobretudo, a importância de cada vida perdida nos atentados: " são essas vidas concretas que nos farão vencer". É a história das pessoas e a qualidade de vida dos cidadãos que deve preocupar e obstinar os nossos governantes e não assuntos ridículos como o da imagem...
Há um ano, ficámos chocados com o valor que o ex-presidente francês, François Hollande, gastava com o seu cabelo : dez mil euros por mês era o que pagava ao seu cabeleireiro. Parece-me que , por esta altura, os contribuintes franceses estarão novamente indignados, agora com Macron, que  terá desembolsado 26 mil euros aos «cofres» do Estado já nos primeiros meses do mandato. Não em cabelo, mas em maquilhagem!  A beleza a dar problemas à França! (Esperemos que, em Portugal, não esteja previsto um tão feio orçamento para a beleza do nosso Presidente).
A beleza foi o ideal do imperador romano Adriano ( sec.I-II), que aspirava não à própria, mas à beleza do mundo: queria que as cidades fossem esplêndidas, povoadas por seres humanos cujo corpo não fosse deteriorado pelas marcas da miséria ou da servidão, nem pela vaidade de uma riqueza grosseira; que a paz se estendesse a todos; que o mais humilde viajante pudesse vaguear através de um país, de um continente a outro, sem formalidades vexatórias, sem perigos. Este ideal de Adriano "seria muitas vezes quase atingido se os homens pusessem ao seu serviço uma parte da energia que despendem em trabalhos estúpidos ou ferozes".  
Estamos no século XXI e os nossos governantes têm poucas aspirações e, essas, são muito egoístas e destrutivas. Ainda recordo que li : Temer "extinguiu uma reserva ambiental na Amazónia que corresponde a meio Portugal".
(Portugal, por seu turno, deixa-se arder...).

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