A luta pelo
poder e controlo sindical de empresa está a debilitar perigosamente as relações
laborais no seio da Autoeuropa.
Ambas as
partes, administração e trabalhadores têm e não têm razão quando as situações se
extremam.
Os actuais
representantes dos trabalhadores podem levar a situação para parâmetros de
difícil solução, o que iria prejudicar radicalmente os trabalhadores.
Sabemos que historicamente
houve grandes reticências aquando da criação de comissões de trabalhadores por
parte das comissões intersindicais de delegados, pelo que, no caso vertente,
tal animosidade eclodiu como um vulcão adormecido acabado de entrar em actividade
eruptiva.
Portanto, o bom
senso deve e tem de imperar forçosamente, para que cerca de cinco mil
trabalhadores directos e mais outros três mil indirectos não fiquem sem o seu
salário.
E não nos
venham dizer que estão mal pagos e que as condições de trabalho são más e
ilegais.
Pensem bem, não
esticando demasiadamente a corda, que parte sempre pela parte mais fraca.
José Amaral
José Amaral
Porque se insiste em passar um atestado de menoridade aos trabalhadores? No referendo e plenários realizados não aceitaram propostas que em princípio tinham merecido o acordo dos seus representantes. Ninguém parece pretender responsabilizar a administração da empresa pelo impasse existente. O CDS até já veio dizer que a culpa é do BE e do PCP, como se fizessem parte da administração. As grandes resistências à constituição de comissão de trabalhadores foi sempre dos empresários, uma vez que os direitos das comissões de trabalhadores interferem muito mais na gestão do que os direitos sindicais, e quando não conseguiam impedir a constituição procuravam introduzir os seus submarinos, que o método de Hondt dá possibilidade. Por isso também o número de comissões de trabalhadores é relativamente pequeno para o universo de médias e grandes empresas. Já veio publicado na imprensa o envolvimento de um ex-director de pessoal da Autoeuropa quando foi constituída a comissão de trabalhadores...
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