De acordo com o relatório PIRLS 2016, que analisa e avalia o
sucesso escolar dos alunos portugueses, regista que são estes, na Europa, que
mais chumbam e marcam passo. De imediato a darem explicações para este estado
do sistema de ensino, velho e cheio de histórias de raposas nas sacolas de livros e cadernos, apressam-se técnicos
especialistas, presidentes de organismos da Educação, vices e adjuntos. Todos
com teorias repetidas e gastas, mas convictos que descobriram a razão do mal e
da pólvora seca. Tendo em conta, o que nos é relatado, poderia concluir-se que
os jovens portugueses são os mais burros, ou que para raposas espertas, só lhes
falta o rabo peludo, que orelhas moucas já têm. Mas não é assim. Os
especialistas elaboram teses sobre as metodologias a aplicar nas salas de aula,
e sobre processos de maior envolvimento dos discentes, professores e matérias
mais adequadas aos tempos. Andam tais técnicos, de longe a longe, preocupados e
em “luta contra as retenções”. E a uma medida aplicam outra. Podem ter várias
origens as retenções. Para algumas bastará as escolas terem o WC por perto.
Para que os alunos portugueses aprendam mais e melhor e saiam a ler como gente
grande, pelo menos, é preciso que lhes dêem condições e às famílias indefesas, que
os cobrem de cuidados, possíveis. Numa casa onde não haja pão, todos passam
frio e fome, entre paternal sermão. Modelo de vida, para a qual tais técnicos
especialistas e presidentes coadjuvados, não dão solução. E se no agregado
medra o desemprego, e falta o dinheiro, o lar enche-se de sombras. E se numa
casa o ambiente é de tristeza, ela atinge todos, e os mais novos são os que
captam mais depressa tal ambiente negativo e é absorvido facilmente. E reagem
mal. Estas condições aonde predominam, não produzem bons resultados, quer na
escola ou noutra qualquer disciplina. Há projectos, relatórios e mais estudos,
e por divulgar, com anos e em arquivo, com peso e medida, traçados a régua e
esquadro, que não têm tido o mérito de desbloquear os problemas inventariados
desde há muitas décadas. Famílias desestruturadas, são agregados desavindos,
aonde só amor não basta e não enche barriga, nem dá sabedoria saudável e ânimo
para a aprendizagem. No meio disto tudo, há os que lucram com tantos estudos
sobre as razões para tanto insucesso dos alunos portugueses, que abandonam a
escola cedo, para irem em busca do pão. E a diferença, “mamma”, não está na
massa, com que se cose o produto a trabalhar. Está na aplicação de uma
governação competente, interessada e mais atenta, aos valores da vida e das
vias do progresso do seu povo que constroem o país. O resto, é patuá!
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