sexta-feira, 11 de maio de 2018


Ascensão do homem forte


Com o título de capa “Rise of the strongman” , a Time traz as carantonhas de Putin, Duterte, Orban e Erdogan e referências a vários outros ao longo de quatro páginas - como Macron, Xi Ginping, Daniel Ortega,  Maduro, Abdul al Sisi -  onde o autor do artigo, Ian Bremmer, escalpeliza as razões por que estes homens têm a preferência de cada vez mais gente.

Reportando-se às convulsões dos anos 60, de que Hollywood tirou partido, permito-me transcrever inteiro o primeiro parágrafo::

“In response to the social upheavals of the 1960, Hollywood produced a series of highly popular “angry man” crime dramas in the 1970. These are the stories of vigilantes and renegade cops, played by the likes of Clint Eastwood and Charles Bronson, who push past weak –willed bureaucrats, corrupt politicos and political correctness to restore justice in violent times. THESE ARE MEN WHO NEVER LET LAW UNDERMINE ORDER”.

Estes populistas grosseiros são tudo farinha do mesmo saco, embora os de direita se distingam por ter Trump como guia espiritual que, de resto, não lhes regateia “likes”; alcançam o sucesso com promessas de nos protegerem contra “eles”, o inimigo a combater, criando assim um cada vez maior número de aderentes à sua filosofia de governança musculada.  E“eles” representam imensa gente:  o estrangeiro, minorias raciais e religiosas, políticos da oposição, juíses, jornalistas, etç.

Dez anos atrás, a revolução nas tecnologias de informação surgia como forma de dar ao povo mais conhecimento e poder de intervenção; só que os autocratas depressa descobriram maneira de subverter a coisa, criando todo o tipo de entropias à livre circulação de ideias e instituindo a sua própria rede: tiram às suas populações o acesso livre à internet, substituido-a pela “intranet”, onde só passa o que eles querem...


Amândio G. Martins
  

1 comentário:

  1. O último parágrafo do seu texto é exemplo das técnicas que os poderes (ou no singular?) sempre "torcem" mesmo aquilo que parece ser um bem para todos. Quando parece ser bom... "pimba"!

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