quinta-feira, 10 de maio de 2018

Campeões do deserto


Há quem veja no futebol razão suficiente para alimentar a intransigência e a intolerância, verdadeiros adubos do ódio. Nunca consegui perceber que possa ser assim praticada uma actividade inventada para o convívio, para o despique natural entre vontades legítimas mas opostas, visando o progresso humano através do desporto, essa “escola de virtudes”. Vejo gente de grande inteligência e cultura a agir de forma absolutamente irracional e fanática, pessoas dóceis por natureza a comportarem-se como autênticos selvagens, pais contra filhos, irmãos contra irmãos, e constato que alguma coisa falhou na evolução que trouxe o Homem ao que é. Um jogo (voluntário) entre duas equipas deve apreciar a valia de cada uma delas relativamente à da outra. Se é para ganharmos sempre, então que defrontemos apenas parceiros de categoria inferior à nossa. Quererão os benfiquistas, portistas e sportinguistas que os outros clubes se extingam, tornando-se campeões do deserto? Creio que, bem lá no fundo, ninguém pensará assim, mas, na verdade, já tudo me parece possível no reino do futebol.

A propósito, que terá feito o Rodrigo Conceição, filho do treinador portista mas jogador do Benfica, para merecer a bílis de adeptos do seu clube nas redes sociais, quando, ao que parece, se limitou a ir à festa do pai? Que se cuidem os filhos de Jorge Jesus e Rui Vitória!

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