“Escupitajo o bufido?...
Com esta curiosa interrogação pretendiam os comentadores do “La
Sexta” - Atresmédia Televisão - esclarecer se o deputado da Esquerda Catalã no
Parlamento espanhol, Jordi Salvador, teria mesmo cuspido no ministro Borrell,
conforme este acusava, causando alarido nos restantes parlamentares.
A questão teve origem na expulsão do deputado Gabriel Rufián
(este apelido...) que, intimado pela presidente, Ana Pastor, a não usar certas
expressões, recordando-lhe que “esta es la casa de la palabra, pero no puede
usarse para insultar”, não teve sucesso a presidente, mandando saír o deputado,
a que se juntaram os companheiros, em solidariedade.
E ao passarem junto do lugar onde estava o ministro das
Relações Exteriores, que os catalães detestam, o deputado Jordi Salvador fez um
gesto de enfado, fazendo com as bochechas
um balão, que esvaziou em frente a Borrell; este imediatamente apontou Salvador
como tendo-lhe “escupido”, acusação que indignou os deputados catalães, que
exigiram que fossem mostradas as imagens e o ministro pedisse desculpa; vistas
as imagens, estas não mostravam o que Borrell tinha dito, deixando-o em má
posição perante todos, mas sem pedir desculpas a ninguém.
A quetão de fundo desta quezília tinha sido a linguagem
agressiva da Direita contra os deputados catalães, a quem se referem
sistematicamente como terroristas e golpistas, sem que a presidente, que é do
PP, se tivesse mostrado incomodada; perante isto, o deputado catalão Juan Tardá
teve uma intervenção em que deixou claro que, a partir dali, sempre que os
adversários se referissem a eles como golpistas, passariam a ser tratados por
fascistas.
Jovem, inteligente e com um semblante descarado, Gabriel
Rufián faz a vida negra aos corruptos que têm sido chamados às comissões de
inquérito, de que faz parte; e deliciou-me quando perguntou a Aznar se podia
explicar a razão de certa empresa lhe “ofertar” à filha 30 mil euros para a festa
de casamento; como Aznar tivesse respondido não respondendo, Rufián
perguntou-lhe se tinha alguma ideia do mal que tinha feito a Espanha, com a
teia de corrupção que à sua sombra foi criada, ao que o ex-presidente do
Governo respondeu com grosserias contra os deputados catalães, que eles é que faziam
mal a Espanha e deviam estar todos presos...
Amândio G. Martins