Carlos
Alexandre (C.A.) vê-se envolvido num processo disciplinar instaurado pelo Conselho
Superior de Magistratura. É justo? Bem, para se abrir um inquérito, não tem de
estar em causa, em princípio, qualquer questão punitiva, basta que haja
dúvidas. E, de facto, as declarações do juiz à RTP, em Outubro, levantaram
dúvidas sobre se a atribuição da instrução do processo Operação Marquês ao juiz
Ivo Rosa não teria sido “manipulada”. É isso que vamos saber com todas as
certezas, espera-se. A chegar-se à conclusão de que C.A. insinuou que há
máculas no processamento da escolha, então isso levanta duas outras questões. A
primeira é a de que foi legítimo à defesa de Sócrates ter invocado o mesmíssimo
argumento quanto à primeira atribuição a C.A. da fase de inquérito do processo.
A segunda é a de que a sua posição indicia um desejo individual - ilegítimo
porque a justiça não deve ser administrada por impulsos pessoais - de continuar
a conduzir o processo nas fases seguintes. Só faltaria que, à moda de Sérgio
Moro, também quisesse ser o juiz do julgamento, se vier a existir. Por quê e para
quê?
Público - 29.11.2018
Público - 29.11.2018
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