Está
de parabéns Fátima Campos Ferreira pelo Prós & Contras,
“Vidas Adiadas”. Convidou as pessoas certas, revelou ao país uma
das suas realidades mais duras, mais lamentáveis, mais
desconhecidas. A vida dos deficientes e doentes em alto grau e dos
seus familiares tratadores. Uma vida de sofrimento, de angustia
permanente, de dificuldades de toda a ordem. Mas também de
altruísmo, de solidariedade, de amor. O grande ausente, aquele a
quem todos apontaram o dedo acusador, foi o Estado. O seu
representante primeiro, o Governo, foi convidado e não se fez
representar.
O
país ficou a conhecer diversos casos absolutamente pungentes e
dramáticos. Mas. Ali, evidentemente, estiveram apenas alguns.
Imagine-se quantos não existirão por esse país fora. Quantas vidas
efetivamente adiadas. Quanto sofrimento, quanta dor escondida. E como
se não bastasse já a desdita sorte dos doentes ou deficientes
profundos, se não até a imensa injustiça de muitos dos seus
familiares tratadores terem deixado os seus empregos, vivem ainda com
a angustia do amanhã, por não terem carreiras contributivas para a
Segurança Social.
Senhor
primeiro-ministro, já que o seu Governo não se fez representar
nesta amostra ao país de uma das suas mais dolorosas chagas,
implemente quanto antes, a principal e justíssima reivindicação
desta gente sofredora: o Estatuto do Cuidador. Ou haverá outras
prioridades ainda mais prementes?
Então,
se sim, diga-lhes/diga-nos quais!
Francisco
Ramalho
Corroios,
13 de Novembro de 2018
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