Apesar do Sol que continua a espreitar por meio de chuva
neste Inverno que está a chegar, este País está a braços com problemas que se
houvesse bom senso facilmente se resolveriam.
Falo da teimosia em não ser contado o tempo de serviço de
tantos trabalhadores do Estado como os Professores, do não preenchimento das
vagas que existem em muitos estabelecimentos de ensino e serviços públicos.
Refiro a não resolução do problema dos Estivadores, o “nem sim nem não” dos
Juízes e dos Funcionários Judiciais, dos médicos e enfermeiros… das Forças
Armadas, das Forças de Segurança… Todo o Pais está em luta e o Governo parece
assobiar para o lado deixando que a insatisfação cresça. O Governo faz discursos
sobre uma baixa de desemprego exemplar mas depois o número de precários continua
a crescer. Há também a luta por melhores salários e melhores reformas.
Todos precisamos de dormir, e também de estudar, de
conviver, de ir às compras, passear, tomar café, não fazer nada e ver as estrelas.
E precisamos de harmonizar tudo isto com o tempo de trabalho, pois só
distribuindo todas as actividades pelos dias podemos viver em plenitude. E só
homens felizes poderão ter mentes esclarecidas e construir um Mundo melhor.
Ao reduzirem exponencialmente o número de trabalhadores em tantos
departamentos e serviços públicos e ao imporem e autorizarem horários de
trabalho desumanos, desgastantes, estão a abrir as portas a trabalhadores
cansados expostos a um número maior de acidentes de trabalho. Está provado que
um trabalhador cansado, infeliz, e desgastado, não pode produzir mais e nem
melhor. Ao apoiarem a precariedade, os contratos ao dia estão também a contribuir
para uma sociedade desiludida, sem esperança, a retardar a constituição da
família e criarem problemas de natalidade frustrando tanto jovens de viverem a
alegria de terem também filhos.
Ao analisar cuidadosamente o dia a dia dos nossos
governantes estou a chegar a uma conclusão fácil de enunciar: os nossos
governantes não dormem o suficiente, não descansam. Convivem com séquitos também
mal dormidos e depois produzem leis que conduzem à infelicidade. E se
começassem por descansar o suficiente, estabelecer para si e suas comitivas
horários de trabalho humanos, reservar umas horas por dia para o lazer, para, então,
com o espírito esclarecido analisarem os problemas do País e legislarem de
maneira racional tendo o Homem como centro de um País mais feliz.
É urgente que os nossos Governantes organizem os seus
Serviços preenchendo todas as vagas, que determinem horários correctos não
suportados em horas extras, que sejam oficializados vencimentos mais adequados
aos tempos em que vivemos e talvez então o desemprego desça para números verdadeiros,
que o poder de compra leve os nossos jovens a constituir família inscrevendo o
nosso País nos rácios de natalidade exemplar.
Maria Clotilde Moreira
Jornal Costa do Sol - 28.11.2018
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