quinta-feira, 8 de novembro de 2018


“El escândalo del hipotecazo”...


...”Verguenza suprema” e outras expressões pouco simpáticas eram ontem dirigidas ao impensável que acaba de acontecer em Espanha, tanto  para a população em geral como para os partidos políticos e grande parte dos juízes do país; de facto, depois de ter decidido que os impostos sobre hipotecas passariam a ser da conta dos bancos, perante o “levantamento” destes, um Supremo Tribunal de um país dito civilizado e desenvolvido volta com a decisão atrás e imputa esses impostos ao consumidor, que já os vinha pagando há cerca de vinte anos.

E anda tudo em polvorosa porque as hipotecas são do interesse dos bancos, não dos clientes, pelo que é a eles que cabe pagar o imposto correspondente; com base neste princípio, o Governo de Pedro Sánchez garantiu hoje um “real decreto” para amanhã, onde ficará de uma vez por todas estabelecido que serão os bancos a pagar, embora não seja de crer, como lhe fizeram ver os jornalistas, que os bancos não arranjem maneira de repercutir isso de qualquer outra forma nos clientes, respondendo Sánchez que talvez não, porque haverá sempre formas de o impedir.

Aquele Tribunal Supremo é composto por 28 elementos, tendo votado 15 a favor dos bancos e 13 a favor dos clientes;  isto dá uma ideia do porquê de terem  demorado dois dias a discutir o assunto, com um resultado  que levou alguns juízes do próprio Supremo a interrogar-se: “En qué lugar queda ahora la justícia?” ...


Amândio G. Martins

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