quarta-feira, 28 de novembro de 2018


Conversa com substância...


Gosto de artistas como Pedro Abrunhosa; comecei a prestar-lhe atenção quando, no auge do cavaquismo, ergueu a sua música contra aquela porcaria de política, de pretenso “capitalismo popular”, como se uma coisa assim pudesse ser algo mais que uma aberrante aberração, passe a redundância.

Abrunhosa não hesitou em apontar o rei nu e acordar as consciências adormecidas; numa entrevista de seis páginas – texto e fotos – à Notícias  Magazine, dá gosto ler o que diz, realçando o contraste entre Marcelo e Cavaco e referindo os mais recentes movimentos deste: “Numa altura em que é completamente irrelevante e inútil, edita um livro que é igualmente irrelevante e inútil”.

O que tem feito Abrunhosa, com os seus poemas e a sua música, contrasta com tantos “revolucionários” de balcão de bar, que queimam a vida a gritar “abaixo isto, morra aquilo”, delirando com as destruições provocadas pela  bandidagem que se aproveita das legítimas reacções e manifestações dos povos para mostrar descontentamento com o estado das coisas, nem lhes passando pela cabeça que são sempre os mais frágeis, de uma forma ou outra, quem paga a reposição do destruído...


Amândio G. Martins

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