quarta-feira, 14 de novembro de 2018

O TÉDIO

Como diz a minha amiga Isabel, eles dividem-nos, provocam-nos o medo. De tal forma que as pessoas, mesmo sendo amáveis, simpáticas, não evoluem, ficam paradas no sítio, regridem até. A televisão, a internet, as redes sociais fazem-nos a cabeça cada vez mais ao serviço da grande finança e dos políticos às suas ordens. No entanto, um dos grandes problemas da actualidade, senão o maior, para lá da fome e da miséria, é o aborrecimento, é o tédio. Apesar das pretensas diversões que nos injectam, das pretensas drogas, vivemos dias iguais, sempre iguais, conversas repetidas, sem interesse, imbecis, patetas. Vá lá que, de vez em quando, surge alguém a quebrar a rotina, a recordar histórias e memórias, a acender o espírito. Mas vai rareando o espanto, a surpresa. Querem-nos doentes. Esses pregadores da morte, esses inimigos da vida. Só pensam em acumular poder e riquezas. E contaminam o cidadão comum: que também aldraba, que se atropela na arena, na fila. Um mundo aparentemente tranquilo mas completamente desesperado.

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