segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Ódio, não


Fernando Henrique Cardoso (FHC) merece o meu maior respeito, bem como o de todos os democratas. O que não invalida que, como qualquer outro, esteja acima da crítica. O seu (quase) silêncio, durante a última campanha presidencial, foi penoso, e, que se saiba, ninguém o obrigou a assumir uma neutralidade funesta. Afinal, tratou Bolsonaro quase da mesma forma que usou com o PT, sem conseguir (?) distinguir entre um facínora - que não hesitou, a certo passo, em dizer que FHC deveria ter sido fuzilado -, e um partido, circunstancialmente representado por Haddad, que não tem nos seus genes intuitos declaradamente criminosos. O PT tem, certamente, muitos outros defeitos, aliás, repartidos por todas as forças políticas brasileiras, o que, obviamente, não lhe serve de desculpa. O Brasil tem inúmeras e legítimas razões de queixa do PT, e deve muito a FHC, mas merecia dele uma denúncia clara do erro que se estava a cometer. Há neutralidades que ofendem, e eu não quero acreditar que, subjacente à atitude de FHC, se encontre qualquer resquício de ódio. Este sentimento começa a invadir demasiadas mentes e ameaça envenenar o relacionamento entre os homens e entre os países.

4 comentários:

  1. Ontem à noite, já se ouviu qualquer coisa da boca do Fernando Henrique em relação ao Bolsonaro, numa entrevista à Ana Lourenço, na RTP 3. Disse: é um reacionário. É pouco, bem sabemos, mas melhor que nada...

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  2. FHC deve ter pensado: Agora que estou mais para lá que para cá, meter-me em trabalhos para quê?...

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    1. É bem capaz de ter razão. E nem sequer descarto a hipótese de FHC ter sido alvo de uma qualquer ameaça, explícita ou velada.

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