domingo, 25 de novembro de 2018

A NOVA REVOLUÇÃO FRANCESA

Paris voltou às barricadas, agora contra Macron. Pedras, fogo, barricadas contra Macron. Eles tinham prometido. E cumpriram. Mais de 8000 "coletes amarelos" convergiram para Paris e exigiram a demissão de Macron quase até à casa do Chefe de Estado. Quase porque a polícia lançou gás lacrimogéneo e utilizou camiões de água para travá-los. Os objectivos deste movimento sem líderes nem orientação centralizada, que já tem o apoio do Partido Comunista e da extrema-esquerda, extravasam em muito as reivindicações iniciais contra a subida dos impostos sobre os combustíveis. É a revolta pura. A revolução sem nome. Tem havido uma inquestionável baixa no poder de compra, não apenas dos trabalhadores, mas também da classe média. Mas não é apenas isso. É a podridão do capitalismo, dos ricos, do mercado, do deus-dinheiro. "Nós pagamos tudo e os ricos não pagam". É a revolta contra o Poder, contra a Autoridade. "Sabíamos que os Campos Elísios estavam interditos, mas eles votam leis sem nos pedir autorização. Por que é que havíamos de aceitar o que eles nos dizem? Já parámos as estradas fora de Paris, agora vamos bloquear o Estado", disse Bárbara, uma manifestante de Ruão, em declaração à Lusa, nos Campos Elísios.

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