quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Os medos de Trump


É quase fastidioso estar sempre a falar de Trump e das suas diatribes. Contudo, elas são tantas que, mesmo querendo ignorar o personagem, a sua existência impõe-se-nos. A abarrotar de bazófias, sobretudo contra os fracos e desvalidos, como os migrantes, não consegue, porém, impedir que já seja acusado de medo, para não dizer cobardia física, na recusa/adiamento de uma possível visita às tropas americanas que se encontram em missão no estrangeiro, como foi normal com os seus antecessores. Ele vai tentando camuflar a “miúfa”, acenando com a proverbial discordância face à intervenção americana no exterior, mas há quem diga que o que ele tem, de facto, é medo, medo puro e simples.

Também terá medo – e não há-de ser pequeno – de deixar fugir o maior negócio de armamento de sempre, a compra de material americano pela Arábia Saudita, caso entenda, como retaliação pelo brutal assassínio do jornalista Jamal Khashoggi, esfriar relações com Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Casa de Saud. Mas que se acautele nisso porque o soberano em exercício já anda pelo mundo à procura de fornecedores alternativos. E, na Rússia, parece haver fortes possibilidades.

Expresso - 24.11.2018 (expurgado dos dois últimos períodos).

7 comentários:

  1. O assassinato de um jornalista, por mais escabroso que tenha sido, não faz para Trump a menor diferença; poderá é haver alguém no seu staff que ainda cultive alguns valores e tenha peso suficiente para lhe fazer a vergonha...

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  2. De Trump tudo é de esperar. Até de vender alma ao diabo e, mais banalmente, ter medo. Agora com quem fico admirado é com Putin. Então ele não vende armas só aos "bons"? E que farão os xiitas? Esses malvados para uns e tão justos para outros? Ou... as armas de unse são melhores que as dos outros? Tantas perguntas quando é bem mais fácil e lúcido tomar partido simplesmente ... porque sim.

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    1. Esse veneno aplica-se a si? Já estávamos admirados. Não tem cá estado não é verdade? O justiceiro que não abre a boca perante as maiores atrocidades, quando alguém o faz, lá vem o veneno.O justiceiro mor!

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  3. Como está marreco de saber, nada tenho a ver com Putin,mas vejo-o é contrariar as pretensões dos outros como digo no texto que mereceu a provocação em causa. Do autor da mesma, sobre as atrocidades no Iraque, na Síria, agora no Iémen, nem uma palavra. Zero! Mas depois ainda tem a lata de vir constantemente para aqui cagar postas de pescada armado em sabichão e provocador quando devia estar calado que nem um rato. Até porque a sua social-democracia está a abrir as portas ao fascismo. Mas como o seu pretensiosismo e o seu ego são maiores que aí a torre dos Clérigos. Agora só logo à tarde...

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  4. Boa, amigo Francisco, um dos que se julga 'dono de toda a sapiência' merece o que dele disse e muito mais.

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  5. No final do comentário que ontem aqui deixei queria dizer "para lhe fazer ver a vergonha".
    Quanto ao Putin, a questão do jornalista saudita nem se põe; é que, para ele, fazer desaparecer gente que o incomoda não tem nada que saber! No mais, entre um Putin que olha as pessoas por baixo e um Trump que as olha por cima, prefiro aqueles que olham a gente de frente, olhos nos olhos...

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