terça-feira, 6 de novembro de 2018


Os trastes e o contraste...


Os CTT foram uma grande empresa pública que prestou ao país um serviço de primeira qualidade, deu lucro e empregou muita gente; privatizada a preço de saldo por um governo de má memória, não têm parado as queixas à qualidade do serviço prestado, ao fecho de estações e aos despedimentos, estando no programa do actual líder despedir 800 trabalhadores, dos quais 360 já foram despachados enquanto oferece trabalho precário a mais de mil, porque é assim que os capitais abutres que tomaram conta da companhia lhe exigem!
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Chama-se Rui Azinhais Nabeiro e criou, em 1961, numa pequena localidade do Alentejo interior, uma torrefacção de cafés com a qual emprega quase toda a gente activa da terra, cerca de 3.400 pessoas, porque não tem coragem de negar trabalho a quem dele se acerca a pedí-lo e diz que a sua maior riqueza é ter muita gente a trabalhar para ele e ele a trabalhar para as pessoas.

“Tenho fama de nunca ter despedido ninguém – diz este empresário modelo ao Dinheiro Vivo – mas despedi, com certeza que sim, mas tinha de ter uma razão muito forte”. Com 87 anos, Rui Nabeiro, um dos homens mais generosos de Portugal, diz que as casas e os armazéns que a sua organização empresarial possui são da empresa, não do Manuel ou do Joaquim; e à pergunta se é possível construír um império sendo boa pessoa responde que distribui e recebe, que é uma pessoa feliz, que as pessoas em geral sorriem para ele e ele para elas, com a boca ou com os olhos...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Sinto-me honrado de conhecer pessoalmente Rui Nabeiro, através de uma empresa do seu grupo empresarial com quem tive negócios.
    Embora não sendo totalmente um "mãos limpas", aquilo que tem feito pelos outros, é merecedor de um enorme aplauso, de pé.
    Que bom que seria que todos os empresários do nosso país o imitassem.

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  2. Dizer de Nabeiro que não é "totalmente um mãos limpas" leva-me a pensar que nenhum de nós será; recordo que, nos primeiros anos da revolução de 74, o nome dele andou nos jornais por causa de um diferendo com as Finanças, mas quem, dos que pagam impostos, não tiveram já "chatices" com essa temível instituição...

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