sábado, 24 de novembro de 2018

BRASIL: manipulação de sentimentos religiosos contra a democracia



O próximo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, de extrema-direita, constitui uma ameaça à democracia, pretendendo instaurar um governo de características ditatoriais, juntamente com outras intimidações e provocações com que preencheu a sua campanha eleitoral. 

Para além da promoção de que beneficiou da grande comunicação social, Bolsonaro foi apoiado pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), com milhões de seguidores no Brasil, com declarações nesse sentido do seu chefe, o bispo Edir Macedo. O mesmo comportamento foi seguido por outros líderes de igrejas evangélicas.

Também em Março de 1964, a Igreja Católica, apoiou e participou na marcha da família com Deus pela liberdade, contra o governo do presidente João Goulart, antecedendo e inserindo-se no golpe militar, que dias depois instauraria uma ditadura no Brasil, que se prolongaria por duas décadas.

Repetiu-se, em 2018, a indecente manipulação de sentimentos religiosos contra a democracia no Brasil.

1 comentário:

  1. Em Março de 64, era eu um recém-chegado ao Brasil. Participei e vivi intensamente os últimos dias da Democracia brasileira. Estive no célebre comício da Central do Brasil, com mais de 300.000 pessoas, ali juntinho do palco onde discursou Leonel Brizola.
    A Igreja Católica apoiou abertamente a campanha de intoxicação da opinião pública orquestrada pelo Governador Carlos Lacerda. Dias depois, a 1 de Abril deu-se a golpada, a que eles chamaram Revolução. Nós chamámos-lhe a "Redentora", com apoio da CIA.
    Lacerda, mais tarde, viria a arrepender-se. Foi herói e vilão.

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