segunda-feira, 10 de junho de 2019

Discurso de um homem comum

Sempre achei que fazia falta, no "10 de Junho", o discurso de um homem comum. Chegou finalmente e foi proferido por João Miguel Tavares, hoje e na sua terra natal. Gostei muito e não será a minha discordância com a sua ideologia que me trava no laudo que aqui quero deixar ficar. Exemplar.

Fernando Cardoso Rodrigues

7 comentários:

  1. Uma pessoa faz um discurso daqueles é tudo menos comum !

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  2. Foi-me impossível ouvir o discurso de JMT. Mas li-o.
    Fui dos tais que, aquando do convite que Marcelo dirigiu a JMT para presidir ao “10 de Junho”, ficaram espantados, como ele referiu no discurso, e, na altura, disso dei conta aqui no blogue. Já aí, o Fernando, honra à sua coerência, o considerou um “homem médio”. Em meu entender, não é. Pelo mérito ou qualquer outra razão, que não discuto, ascendeu legitimamente a uma posição que não é alcançável pelo comum dos portugueses. Ele não é, salvo erro da minha parte, um homem comum. E a vida não pode ser só para os que lêem e trabalham mais do que os outros, como ele diz aos filhos. Tem de haver mais valores.
    Marcelo escolheu-o no exercício dos seus poderes, e ele lá saberá porquê. Se fosse eu, já aqui o escrevi, e não por sectarismo, não o escolheria.
    Quanto ao discurso, que se há-de dizer? Ninguém tem a mínima dúvida de que JMT escreve bem. Sabe dizer com sóbria elegância o que ninguém pode contraditar. Era o que mais faltava que o discurso não fosse um belo exemplo de retórica...

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    1. José, voltamos a discordar na leitura e interpretação dos factos. Por que entende que ser jornalista retira a JMT a característica de ser comum? O ser médico ou economista é alguma coisa de "especial", afora um saber específico? E aquele "... ou qualquer outra razão...", há algo que eu não saiba que levou JMT a ser...jornalista? Quanto aos "outros valores", claro que os há, mas JMT referiu-os aos valorizar qualquer curriculum vitae e não somente o dos letrado, pelo menos foi o que me pareceu. E mesmo a citação das histórias da família, foi nesse sentido. A retórica fica para o fim. Se ela existiu no discurso - e existiu, bem estruturada - o discurso não foi nada "retórico"! O discurso foi somente "sobriamente elegante"?! Acho que o conteúdo sobrelevou em muito a forma, pelo conteúdo.
      Termino dizendo que "abandonei" as designações de " médio" e "mediano" pelo simples facto de terem muita conotação estatística, embora eu, quase sempre não lhes empreste, nestes locais, esse significado. E preferi o "comum", mais pela sua antítese ao "proeminente", cujos exemplos poderão ser o "filósofo oráculo" ou o "sociólogo negligé". E o "comum"... somos todos nós.

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    2. Fernando,
      Não é por ser jornalista que JMT é ou deixa de ser “comum”. Em meu entender, não possui essa característica porque se alcandorou (não lhe discuto o mérito nem “qualquer outra razão” que, aliás, também desconheço, mas que pode existir) a uma posição que lhe assegura um auditório inusual. Não é para qualquer um..
      A carteira profissional não é suficiente para esconder ou destacar a “mediania” pessoal. Desculpe os exemplos, ainda para mais na sua área, mas se o João Semana era uma pessoa comum, na classe dos médicos, já Egas Moniz tinha posição bem mais proeminente, dentro da mesma classe profissional.
      Estou convencido de que JMT chegou lá por mérito próprio. Mas, socorrendo-me até do tom do discurso (“...Que o mérito não chega. Que é preciso conhecer as pessoas certas.”...) quem me garante que não houve outras razões? Não, não é insinuação, é só uma dúvida sistemática que, em minha opinião, o observador não deve afastar na análise.
      Talvez JMT, no discurso, quisesse alcançar toda a “vida” dos portugueses e não se ficar apenas pela “vidinha”, para a qual é preciso “ler e trabalhar mais”. Terá sido enviesamento meu adivinhar a sempre presente “costela” de uma espécie de liberalismo (neo ou outra coisa qualquer) que não me é nada agradável?
      Para terminar, gostava de salientar que, em parte nenhuma parte, questionei os critérios de Marcelo, ou disse que JMT não merecia a honra. Disse, sim, e repito, que eu não o escolheria para presidir às celebrações.

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  3. Excelente escolha a de JMT, por Marcelo Rebelo de Sousa.
    Na altura parecia estranha, a seguir ao discurso de 10.06.2019 entendeu-se mais uma acertada decisão de Marcelo

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