Há alguma confusão

                                              

 

Todos os dias estão a acontecer coisas que nos espantam. Compra-se um jornal ou abre-se a TV e ou em directo ou confirmando as noticias pelos vários canais, ficamos a saber das grandes convulsões que estão a acontecer aqui no nosso País.

São os hospitais a queixarem-se da falta de meios – e as denúncias dos pacientes que a falta de camas levou a que estivessem acamados nos refeitórios e casas de banho. Depois são estes responsáveis a virem “esclarecer” que não foi bem assim. Mas qualquer coisa de anormal se passou.

Depois são umas mulheres armadas em freiras mais um padre que escravizaram algumas jovens que ali tinham sido acolhidas. Estão a ser julgadas. Este comportamento durou anos e ninguém tinha dado por isso. Mas uma das acusadas teve direito a minutos da TV para dar umas não explicações sobre a necessidade de castigos para certos (?) comportamentos..

Depois continua a longa história dos subsídios aos bancos de milhões sem que os responsáveis de terem olhado para o lado sejam rapidamente responsabilizados. E ainda há uns tantos que pelo menos há uma dúzia de anos levaram bancos à falência prejudicando as poupanças de alguns portugueses e que continuam em casa porque a Justiça ainda não acabou de verificar o seu envolvimento nestes desacatos.

Entretanto, pelo menos oito pessoas foram detidas por suspeita de estarem envolvidas na emissão de “licenças” falsas de condução de veículos ditos descaracterizados. E este assunto envolve advogados, médicos e outros altos funcionários.

Há noticias alarmantes sobre os atrasos nos meios de combate aos fogos e o calor está aí a chegar em força. As explicações são detalhadas e empurradas de secção em secção. Uns dizem que foi o secretário de Estado que não enviou a tempo a autorização e outras informações vão explicando que o ministério das Finanças está a poupar e não disponibilizou já as verbas necessárias. E o tempo seco está mesmo à porta – não seria de se sentarem todos juntos ao mesmo tempo e resolverem o problema de uma vez?

Temos também grandes problemas nos transportes. Todos sabemos que há falta de pessoal nos quadros de quem conduz os barcos que fazem a ligação entre as duas margens do Tejo. Quem é responsável por não ter já resolvido este problema? Não se pode continuar a sobrecarregar os horários dos poucos que estão habilitados.

Estas linhas espelham de uma maneira um pouco aérea a confusão que está a grassar no nosso País. Não é para rir. Estas atitudes dos nosso responsáveis só demonstram falta de classe dos políticos que nos governam. Pode ser que nas próximas eleições o povo tenha cuidado onde coloca o seu voto e apareça um grupo mais capaz.

 

Maria Clotilde Moreira

 

Jornal Costa do Sol - 05.06.2019