terça-feira, 4 de agosto de 2020


Baixar os padrões de vida...


...Deve ser doloroso para muita gente, mas será o caminho que, sem pretender ser moralista, me parece mais acertado, sobretudo num tempo em que não há certezas de nada e as crises são cíclicas; e há imensa gente cuja qualidade de vida vem sendo afectada há meses, nas suas mais diversas facetas, porque a pandemia lhes cortou perspectivas e rendimentos e porque, em condições normais, também nunca lhes chega o que ganham, gastando sempre para lá do que pode suportar o orçamento.

No caso dos trabalhadores do espectáculo, parece-me que os que mais se queixam da ministra da Cultura nem serão os artistas que, antes da crise, ganhavam pouco, pelo que as suas reclamações também põem a nu um estilo de vida pouco precavido; nada a ver com aqueles artistas que passam grande parte da vida na estrada, de romaria em romaria, cumprindo contratos nada chorudos.

E são estes últimos que ficaram mesmo sem nada a que deitar a mão, dado o cancelamento de tudo quanto era festa de verão, pequenas e grandes romarias, que enfeitavam o país de uma ponta à outra; e quando vejo o que foram artistas de nome sonante, que ganharam “rios de dinheiro”, queixar-se de uma reforma de escassas centenas de euros, mostram a toda a gente que até nisso não foram cautelosos, não entregando à Segurança Social os devidos descontos, em função dos reais rendimentos...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. Por outras palavras: empobrecer. Mais uma vez. E aposto que não será a última.

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  2. O drama da nossa sociedade é que mesmo em tempos de vacas menos magras, até os que parecem remediados, dita classe média, não conseguem ou não sabem viver com que que têm, atolando-se em dívidas para tudo, até para fazer férias, como demonstram constantemente os altíssimos volumes de crédito ao consumo reportados pelas entidades bancárias...

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