Mário Sacramento nasceu
em Ílhavo, em 7 de Julho de 1920. Morreu relativamente novo, em Março de 1969,
no Porto.
Foi um destacado
resistente antifascista e militante do Partido Comunista Português desde jovem.
Estudou Medicina em Coimbra e depois em Lisboa, onde se licenciou em 1946.
Depois obteve em Paris uma especialização em gastroenterologia. Era um profundo
humanista e no exercício da medicina era chamado «médico dos pobres». Foi
também escritor, ensaísta, crítico literário neo-realista, dramaturgo e
colaborador de vários periódicos.
Desde tempos estudantis
foi um activo antifascista, sendo preso pela primeira vez com 17 anos. Foi
membro do Movimento de Unidade Democrática Juvenil e fez parte da sua direcção
central. A sua luta contra a ditadura provocou que fosse preso cinco vezes, em
Caxias e no Aljube.
No primeiro Congresso
Republicano, realizado em 1957 em Aveiro, foi secretário-geral e fundamental
nas intervenções. Embora tenha preparado com afinco o Segundo Congresso, no
mesmo não participaria por se ter verificado o seu falecimento.
Deixou uma mensagem
escrita para ser lida após a sua morte, lembrando o seu combate contra o
fascismo e as perseguições sofridas: «Fiz o que pude para me libertar, e aos
outros, dele. É essa a única herança que deixo aos meus filhos e aos meus
companheiros. Acabem a obra. Derrubem o fascismo, se nós não o pudermos fazer
antes! Instaurem uma sociedade humana! Promovam o socialismo». Terminava com um
último apelo: «Façam o mundo melhor, ouviram? Não me obriguem a voltar cá!».
Apesar de tentativas
anteriores, só depois do 25 de Abril de 1974, o nome de Mário Sacramento é dado
a avenidas e ruas em Aveiro e Ílhavo, e também em Brandoa e Setúbal, bem como a
um agrupamento de escolas e escola secundária em Aveiro.
A Organização Regional de
Aveiro do PCP promoveu no dia 4 de Julho uma sessão comemorativa do centenário
do seu nascimento, no Museu Marítimo de Ílhavo e com a presença de Jerónimo de
Sousa, secretário-geral do PCP. Na Festa do Avante, no espaço de Aveiro, o
centenário de Mário Sacramento é assinalado numa exposição.
Uma curiosidade: não sabia que era gastroenterologista, pois julgava-o clinico geral. Sempre a aprender.
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