PÚBLICO domingo, 2 de Maio de 2021 Augusto Küttner
As crianças, os adolescentes estão a comportar-se como “robots”. Estão a ficar mecanizados! Estão automatizados. E andamos todos a achar que “isto passa”!
E não é um evoluir magnífico de uma geração relativamente à anterior. É um desumanizar de humanos, é permitir que fiquem totalmente controlados e dominados pelas máquinas, pelos ecrãs, pelos computadores.
Os mais miúdos em vez de correr, saltar, esmurrar joelhos, jogar à bola, trepar a árvores, “alapam-se” a ver televisão, a jogar nos tablets, ou nos telemóveis.
Os adolescentes, em vez de irem namorar, beijar, tocar, “dar saltinhos” ficam a fazer jogos, alguns já viciantes, e namoram à distância, não se tocam, não se encostam, estão bem na máquina.
Isto não são as gerações mais novas a dar “o grito do Ipiranga” relativamente à geração dos pais e à velhice da dos avós, isto é desumanizar.
Ninguém esperava o Covid-19.
Veio, ainda cá está e tudo o que nos aportou é muito mau. Tudo.
Mas tentou-se o melhor conseguível, sobreviver, e ir ultrapassando esta fase tremenda, de mortes, infecções, confusões, imobilidades.
Foi indispensável parar, ficar em casa, fazer tudo à distância.
Agora, devagar e com cudado, está-se a tentar ir regressando a alguma normalidade. A estar presencialmente uns com os outros. A estar no mesmíssimo “espaço e tempo” , em vez de falar “via telemóvel” , olhos nos olhos, em directo. A saber dar pulos, pontapés nas bolas, no rabo do coleguinha, a dar saltos. Os adolescentes a encostarem-se.
Pode-se evoluir muito, mas não se deixa de ser humano. Não se passa a comunicar frente a frente através de uma maquineta. Não é necessário estar sempre de telemóvel, de tablet na mão. Não é fundamental andar sempre com headphones. Não estamos todos, moucos.
Usemos os aparelhos quando os aparelhos nos são imprescindíveis, usemo-nos a nós como pessoas, como crianças, como adolescentes, como velhos, como humanos.
A vida ainda é humana ou, então podemos ir deixando de existir e deixar o planeta Terra ocupado por maquinaria inteligente, cheia de algoritmos.
Enchem-se os cemitérios de humanos e pronto……Até porque, por este andar, mais dia menos dias, não se sabe como fazer “meninas e meninos” e os humanos acabam-se!
Augusto Küttner
muito bom, amigo.
ResponderEliminarMuito grato, abraço
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