quinta-feira, 27 de maio de 2021

Só faltou o cocó


Muito me diverti ao ler, no PÚBLICO, a crónica “Conversa de merda”, de Miguel Esteves Cardoso (MEC). Escatológica? Talvez, mas ainda bem que não censurada ou proibida. As variações gramaticais sobre o tema são reveladoras de sabedoria, mas também de imaginação e criatividade, do MEC divertido e gozão, sem papas na língua, que discorre com inteligência sobre temas tão importantes como muitos outros, monopolizadores estes da nossa atenção, pela “seriedade” que lhes conferimos.

MEC conquistou privilégios pouco comuns aos restantes mortais, deles se aproveitando para alfinetar zonzos quadrados sempre prontos a escandalizar-se com as “más criações” a que, às vezes, os verdadeiros artistas recorrem sem rebuços virginais. Que parem de vez com a "superioridade" (que ninguém lhes reconheceu) para darem tautau nos que levam às últimas consequências a liberdade artística.


Público - 28.05.2021

3 comentários:

  1. o MEC goza de uma benesse, única no pano(pela rama)rama do jornalismo conservador cá no burgo, pelo facto de ser
    da direita dita democrática. Maioritaria-mente aborda futilidades dignas dum escrevente cor-de-rosa...
    Foge da intervenção social, como o diabo foge da cruz. E não se pode «exterminá-lo»? Não, não pode. Inserido no
    PUBLICO bate a bota, com a perdigota... MEC? Não!, obrigado.

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    1. Caro Vítor,
      Não poderá ver no que escrevi, julgo eu, qualquer adesão à ideologia político-social do MEC. Confinei-me (palavra da moda!) ao espaço da inteligência e outras qualidades que, feliz ou infelizmente (eu diria felizmente, embora, infelizmente, outros digam infelizmente), não se encontram apenas na esquerda. Ainda bem que o MEC não entra pela intervenção social, porque estaria, com inteligência, a esgrimir argumentos “do lado de lá” da trincheira, onde eu não me encontro, porque estou “do lado de cá”.
      A luta pelo pão é inquestionável e fundamental. Mas é bem verdade que “nem só de pão viverá o homem”. Agnóstico, sinto-me muito confortável com esta citação bíblica. O fútil não é sempre inútil.

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  2. Meu caro José Rodrigues
    Não o vejo aderente e, caso o fosse nem comentava. O meu tempo é precioso porque estou a ficar anoso. Seria bom que o MEC - nariz vermelho...(só a penca), interviesse, pois ficaria desnudado de vez! V. é agnóstico graças a Deus? (Não sou religioso, gosto de Re-ligar). A bucha é dura, mas mais dura é para quem tem de a roer! E este papa-almoços, não lhe doe a placa... O fútil é algo sem importância - do Dicionário, do ilustre Augusto Moreno. Ponto final, a quem não me merece mais palavras. Ressalvo, que não é o seu caso.
    A tempo: Considerei e considero o PÚBLICO um jornal ortodoxo e já tive ocasião de o dizer ao seu director, Manuel Carvalho. Desgraçadamente, isto é um aparte, não há uma mera publicação imprimida, com uma Linha Editorial - à
    Equerda. (Não posso aqui enquadrar jornais partidários). Esta aridez tem cobrado um valor alto... à Esquerda.

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