sexta-feira, 28 de maio de 2021

NO "MARTINHO DA ARCADA" COM IAN CURTIS, FERNANDO PESSOA, SHAKESPEARE E MARIA MADALENA

Aqui chegados, voltamos a Lisboa, ao "Martinho da Arcada", com Fernando Pessoa. Uma empregada nova. Bela, popular, selvagem. A classe operária confraterniza. A gorda passa. Nada de insultos, camarada. Prometeste portar-te bem, ó menino bem, ó Marquês de Braga. Mas agora até és acusado de terrorismo. Por isso, nada tens a perder. Aliás, tudo tens a ganhar. Só tens a perder a própria vida. E ainda não te livraste do corona. Essa merda. A puta dessa merda! No entanto, tens cacau, podes estoirá-lo e reinas. Não era assim há uns anos atrás. O que passaste, camarada. As humilhações, as depressões, a incomunicabilidade, a melancolia insolúvel de Ian Curtis. Como te identificas. Braga, 1987, 1988, 1989. Rádio Clube do Minho. Nuno Xavier, Luís Sousa. Joy Division, "Atmosphere", "She's Lost Control", "Isolation", "Love Will Tear Us Apart". Cantaste "She's Lost Control" na Mana Calórica, com o André Guerra e com o Rui Costa em Paredes de Coura. Houve gajos que vieram ter contigo, que te idolatraram na altura. Falaste para a Antena 3. Balbuciaste algumas palavras. Agora tens mais traquejo, mais manha. Aprendeste a ser sacana. Ouves os ingleses. Tens qualquer coisa com a Velha Albion. Torces pelos clubes ingleses e pela selecção de Inglaterra. Liverpool, Arsenal, Manchester United. Se calhar tens mesmo sangue inglês ou escocês. Artur, Lancelot, Merlim, Parsifal, Camelot, Morgana, William Blake, Byron, Shelley, Milton, Shakespeare. O Santo Graal. Madalena. Os Cavaleiros da Távola Redonda. One more beer, girl. We're almost home.

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