Uma coisa que sempre me causa sorriso amarelo é ouvir aqueles figurões citados por actos nada ortodoxos responder, invariavelmente, que estão de “consciência tranquila”; de facto, sabendo completamente desacreditada uma tal expressão, insistirem nela parece-me uma demonstração de pouca inteligência, mesmo que se dê o caso de estarem realmente inocentes. Mas também nunca vi os condenados por corrupção admitir publicamente que são corruptos e querem renegar esse modo de vida...
Em Espanha, onde há corruptos de nomeada a cumprir pena – Rodrigo Rato, famoso banqueiro, ex número dois do Governo de Aznar e do FMI, saíu há pouco da cadeia mas ainda tem processos pendentes pelo mesmo tipo de delito – há um programa para reinserção na sociedade, e os condenados que o solicitem vão a reuniões com cidadãos cumpridores, onde se apresentam de forma semelhante à dos alcoólicos que se querem curar: “O meu nome é fulano e sou corrupto, mas quero aproveitar a oportunidade que me derem para começar uma nova vida”.
Amândio G. Martins
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