PÚBLICO Domingo,30 de Maio de 2021 (Augusto Küttner)
Já sabíamos que temos ideias de mudar, mas não passam disso, dado que já por cá andarmos há uns tempos.
Contudo nas primeiras duas décadas pós-25 de Abril parecia que o “paradigma” – palavra oportuna para estas situações – iria reformar.
Mas foi pouco tempo, mudou pouco, e tudo retrocedeu a grande velocidade.
A “coisa pública” não é para mexer, é para “empatar” e se possível aumentar “quintais, chefes, chefezinhos, dependências, e sub-dependências”.
Nada de fazer sinergias, de agregar para ser mais fácil de gerir e proporcionar melhores salários a menos, mas com mais oportunidade de fazer muito melhor.
Menos chefes, menos departamentos, mais unificação, menos perca de tempos com muitos dirigentes, tudo mais consolidado, unido e sem divisões se não as “comprovadamente” necessárias.
E se havia “dúvidas” nestes últimos tempos se observa como é completamente impossível remodelar, reformar, numa palavra ”mudar”. Não se mexe. É tal como está que tem que continuar, independentemente de qualquer vantagem em assim continuar. Antes pelo contrário.
Não se pode mexer nas Forças Armadas, não se pode mexer nas forças de segurança, impossível sem imensas reacções “superiores” ou greves, conforme o caso.
(…)
E não se mexe, dado que de “dentro” surge logo a reacção.
Outro “caso” que de quando em quando é abordado e depois de imediato abafado. A diminuição número de Deputados à Assembleia da República – mais pela funcionalidade, que pela despesa pública - que estão no máximo previsto na Constituição e podiam – deviam - passar ao mínimo que a Lei Fundamental , também, prevê
Não. Nem pensar, ora pelos pequenos partidos ficarem sem representatividade, ora por os grandes ficarem, minoritários. E se calhar seria tão vantajoso menos Deputados a ganhar cada um mais, dado que haveria mais dinheiro a distribuir por menos pessoas. E menos dispersão de temas e sub-temas!
Não. Não se mexe. Não é possível. É assim, está assim, não abdico do meu quintal, daqui não saio, daqui ninguém me tira.
(…)
Augusto Küttner
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