Acabei de ler o excelente artigo da jornalista São José Almeida, publicado hoje no PÚBLICO. Faz notar o "fenómeno original" que só se verifica em Portugal que é o da existência dos chamados «políticos-comentadores-políticos» no lugar dos jornalistas, o que, de facto, "é uma forma de promiscuidade " e um atentado à democracia.
O jornalismo parece reclamar o seu papel democrático, que está a ser usurpado por dezenas de políticos. A jornalista conta 30 políticos (Vasco Pulido Valente, no mesmo dia, na crónica «Vale tudo» enumera apenas 14).
O jornalismo profissional tem que ver reforçada a sua importância para bem da democracia e para bem de todos os cidadãos. Pela sua formação, são capazes de criticar e questionar o poder, pela "isenção" e "apreciação desinteressada e alheia ao mundo político".
Sublinho a última frase do artigo: "E esta inversão e usurpação do papel do jornalismo é uma forma de promiscuidade que envenena o exercício da democracia em Portugal".
Vasco Pulido Valente e São José Almeida, vão contra a opinião do presidente do Sindicato dos Jornalistas que ficou muito incomodado por haver cidadãos que discordam com a decisão da RTP de contratar José Sócrates para comentador residente. São José de Almeida deve acertar as contas com o seu Sindicato para saber em que águas este navega. Como vemos o poder, seja de que espécie for, está, em última análise, ao lado dos que sempre podem dar alguma ajuda nas horas difíceis, que às vezes surgem de imprevisto.
ResponderEliminarEm tese concordo com o teor destes artigos. Mas não nos podemos esquecer que vivemos em Portugal onde existe muito pouca gente verdadeiramente independente para poder fazer comentário político, designadamente os jornalistas que sob uma capa de falsa independência são, na maioria das vezes, a voz do dono.
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