É um escândalo saber que há pais que não podem vacinar ou
alimentar um bebé até aos 12 meses, por carências económicas graças ao
desemprego ou cortes salariais. A título de exemplo, convém saber o que pensa a
sociedade de pediatria sobre a não aplicação de vacinas, não comparticipadas
pelo estado, contra a pneumonia (Prevenar), as gastrentrites (Rotarix) e
meningite (Meningitec), que custam respectivamente (71,07 x 4), (74,28x 2) e
(27,15x3) e não fazem parte do plano de vacinação nacional Segundo os
especialistas a não aplicação destas vacinas pode implicar doenças ou morte. E
já imaginaram o sofrimento dos pais que sabem dos perigos e não podem suportar
os custos dessas vacinas para administrar aos seus filhos? A par deste problema
da vacinação ou falta dela, acresce o problema de haver muitos pais que não têm
meios para alimentar condignamente um bebé, substituindo o leite apropriado e
as papas por leite de vaca nos primeiros meses de vida. O autismo do governo e
insensibilidades dos responsáveis pela saúde pública põem em risco milhares de
pessoas e comprometem o futuro de Portugal. Hipocritamente falam da necessidade
do aumento demográfico do país, mas nada fazem para criar condições que levem a
esse desiderato, com o regresso do Prevenar, Rotarix e Meningitec ao plano de
vacinação nacional e a comparticipação no plano alimentar através de meios que
permitam a sua correcta utilização.
Maria José Boaventura
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