Um título garrafal vindo num jornal diário da nossa praça
‘feriu-me’ no mesmo sentido contextual do desregramento social que se abateu
sobremaneira sobre o mundo laboral, que escravamente sustenta os sugadores de
todo o Povo português, os quais transformaram Portugal num país onde a
Esperança perdeu o sentido etimológico de o ser, estando, pois, às portas do
seu desaparecimento, emigrando com todos aqueles que a Esperança perderam na
sua terra.
Assim, o título era o seguinte: ‘Passos não se compromete a
aumentar o salário mínimo’.
Claro que não pode prometer o aumento de tão ‘elevado’
salário mínimo, porque um trabalhador alemão produz três a quatro vezes mais do
que um ‘preguiçoso’ trabalhador português, conforme doutamente confessou o
terceiro homem mais rico de Portugal.
Mas, pagar-se 13 500 €/mês ao primeiro presidente do
Comissão Instaladora da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), isso
não faz mossa alguma ao tal Passos que nada promete de bom para os mesmos
deserdados de sempre, nem às deficitárias contas públicas, porque cá estão os
estúpidos contribuintes do costume para manter essas escandalosas contradições
e mordomias, tal como a afrontosa actualização dos ordenados dos ‘produtivos’
deputados, em 5,4% de aumento dos seus ‘magros’ vencimentos, com aprovação por
UNANIMIDADE de todos os partidos com assento na ‘produtiva’ AR.
E perante tanta desfaçatez instituída, não vemos o programa
televisivo ‘prós e contras’ vir debater tais escândalos que o Poder vai fazendo
com a complacência de todos.
Portanto, aqui fica esta minha cândida interrogação: até
quando vamos tolerar tanta desigualdade social?
José Amaral
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