A questão da divida é uma questão que deve ser objecto de
análise aprofundada e todos os contributos devem ser acolhidos para um debate
esclarecedor , sem limitações de qualquer ordem. Aos subscritores do manifesto
70, juntam-se mais apoiantes estrangeiros de reconhecido mérito, com maior ou
menor notoriedade, mas com opiniões relevantes
e seguramente influentes dadas as qualificações académicas , e o
exercício de cargos em instituições de
prestigio internacional.
Todos
reconhecem a relevância dessas opiniões, até o Presidente na sua mensagem
falou na necessidade de discutir a
criação de instrumentos de divida comum, e uma pessoa insuspeita , o próprio presidente do Conselho Económico e
Social, um dos políticos mais esclarecidos e experientes de Portugal, Dr. Silva
Peneda, não discorda do documento dos 70, e declara que o Senhor Coelho mais
tarde ou mais cedo vai ter de mudar o rumo, a sua posição em relação á gestão
da divida.
A renegociação da divida será inevitável, o governo cada vez mais
isolado na sua visão extremista e irresponsável
de querer pagar a divida nos termos e condições que teimosamente , se
propõe. Sendo a questão da divida uma
questão mais séria que o pais enfrenta não devem ser desvalorizadas todas as opiniões de individualidades de
reputação internacional, devem ser respeitadas essas opiniões, para se
conseguirem soluções alternativas para aliviarem os portugueses das politicas
de desgraça que este governo teima em
seguir, sabido o resultado de desastre nacional evidente.
De contrário , assistiremos ao
agravamento do pesadelo da fome e do desemprego.
Por isso é estranho que perante uma realidade
incontornável, haja um ministro senhor Guedes que desvalorize opiniões válidas
e úteis para um debate sério. A forma leviana, irresponsável, a sobranceria com
que se se referiu aos economistas e outras individualidades, desacreditando-os,
revela bem a sua ignorância ou uma “estupidez insanável “… Se havia dúvidas sobre
as medidas deste governo e o rumo que pretende seguir , as declarações do
senhor Guedes, são esclarecedoras.
O maior problema do nosso país é o de que os governantes governam um país que desconhecem, pois foram criados num reduzido espaço político, faccioso e pouco inteligente e estão convencidos que são indivíduos de categoria extra. Assim, olhando apenas para o seu umbigo, não alcançam muito longe. Com o tempo, nos partidos, foram vedados os caminhos a pessoas que se interessavam pelo seu país, ficando apenas os que se interessavam por si próprios. Agora, donos da verdade, cegos para as evidências, só avalizam o caminho que vêm percorrendo, mesmo que alguém lhes indiquem que estão errados. Atacam os que têm projectos diferentes para resolver a mísera situação em que estamos metidos. Por vezes, são até ofensivos, como se em democracia não tivessem de haver opiniões divergentes, sentindo-se intimamente ditadores. É lamentável toda esta situação, porque o país está a afundar-se num charco lodoso.
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