domingo, 23 de março de 2014

Os vendedores de ilusões


Nada será mais grave do que sermos apunhalados por quem mais confiávamos.

E, no caso em que estou a cogitar, tal desfeita tem partido da classe política que se instalou no poder após o risonho porvir que parecia vir acontecer e sem retrocesso, em seguimento ao radioso 25 Abril 1974, simbolizado num pujante e vermelho cravo, postado, altaneiro, no cano de uma espingarda G3.

Então, ‘as armas’ calar-se-iam ‘e os varões assinalados’ emergiriam, para glória da Pária e do Povo que nela mora.

Mas, não foi isso que aconteceu, pois a classe política, engordando numa ilegalidade desmesurada, tem falado e representado em nome do Povo, enaltecendo-o para o espoliar e desprezando-o para o expulsar do seu próprio rincão.

Nesta encruzilhada, minada só para quem a trilha – os incautos de todo o engodo, que é o Povo –  os partidos políticos têm grande ou quase exclusiva responsabilidade por todo o mal que se abateu sobre Portugal.

Portanto, está mais que na hora de reflectirem de modo a não embrutecer aqueles que os sustentam, pelo que não devem olhar somente para os seus umbigos, mas cuidarem do Pais, de nós todos, servindo-os com honra, isenção e lisura, pondo a Pátria acima dos seus interesses partidários, os quais, sobremaneira, têm somente fomentado a desunião e a desconfiança entre os eleitores, que cada vez mais se vão alheando de tais vendedores de ilusões, que na prática e desgraça nossa se resume no contrário do prometido.

 

José Amaral

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