Imobiliário: manter e
reabilitar
À fúria de construir - muitas vezes
sem planos adequados às necessidades reais e a uma correcta utilização dos solos
disponíveis - o nosso Município (como aliás por todo o País) encheu-se de
prédios. Alguns construtores tornaram-se grandes empresas e houve muitos lucros.
Mas também muitos lugares ficaram para sempre destruídos invadidos pelo betão. E
também hoje sabemos que muitas dessas construções não têm a qualidade apregoada
obrigando ao seu abandono ou obrigando a constantes obras de
correcção.
Tem sido uma tentação de alguns
desenharem e redesenharem esquemas para condomínios, para empreendimentos de
escritórios e serviços, para mudança de instalações históricas… para jardins
infindáveis de manutenção onerosa e que podem acabar abandonados com todos os
sinais de degradação que os irão invadir.
E até os projectos para a habitação
social não tiveram em conta uma qualidade e dimensões que pudessem facilmente
ser mantidas e aceitaram-se edifícios com deficiências de materiais e de difícil
manutenção. As festas de “todos no nosso Município têm a sua casa” estão hoje
confrontadas pela necessidade urgente de se fazer um trabalho profundo de
avaliação e intervenção para corrigir rapidamente as falhas que se vão
encontrando.
Estamos mesmo num tempo de nos
virarmos para a obrigatoriedade de todos os proprietários – particulares e
oficiais – assegurarem a manutenção dos nossos edifícios, actualizando as regras
em vigor e obrigando ao seu cumprimento. É também necessário encontrar fontes de
financiamento para a reabilitação. As nossas Vilas e lugares não podem continuar
a degradar-se, o nosso património histórico não deve ser substituído por
construções que não são mesmo necessárias.
E na área do emprego também as obras
de manutenção e reabilitação podem ser uma parte da solução.
Publicado em 12 de Março 2014 no Costa do Sol - Jornal
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