O que se passa na Ucrânia é muito
grave e poderá ser o rastilho, quem sabe de uma nova guerra mundial. Quem
pensaria há anos na desagregação da Jugoslávia, que provocou milhares de
mortos, donde resultaram países que hoje lutam com imensas dificuldades
económicas, níveis altos de desemprego, greves constantes e manifestações
diárias de protesto? Quem pensaria depois de terem sido derrubados regimes
totalitários no norte de África, depois das chamadas Primaveras Árabes,
surgisse um vazio de poder e reinasse um verdadeiro caos, por exemplo,
derrubado o ditador Mubarak, a situação foi aproveitada por forças
fundamentalistas para se instalarem e governar os territórios vazios, caso da Síria
onde a guerra civil assumiu aspectos de horrores inenarráveis, causando
milhares de refugiados que em massa se dirigem para os países vizinhos. A
situação do Egipto que parecia entrar na normalidade com a eleição de Mohamed
Morsi, resvalou para uma deriva islamita, com violentos confrontos entre
islamitas e outras forças adversárias, com muitas mortes, conduzindo á chefia
do Estado, pelo general Sissi. As democracias ocidentais confiaram no ideal
artificial de nação nos países da primavera árabe, depois como um castelo de
cartas vários países caíram em vários conflitos internos, caso da Líbia onde se
sucedem os conflitos étnicos e religiosos. Confiaram em reformas que nunca
foram implementadas. A juntar a toda esta situação caótica do Médio Oriente e
do Norte de África, surge o conflito fratricida da Ucrânia, onde se têm
verificado casos de grande violência, de ambas as partes, manifestantes e policia,
de todo inaceitáveis e de condenar. O que começou por ser manifestações
pacificas, rapidamente, se transformaram em manifestações de violência, o
aparecimento de civis armados em luta aberta com as forças policiais precipitaram
os acontecimentos para o principio de um guerra civil que, a menos que se
encontre uma solução de equilíbrio, a guerra estará para durar. A situação é
muito delicada tendo em conta não só os interesses estratégicos e militares da
Rússia, e a tentativa também dos Estados Unidos de exercer influência na
região, fazendo com que ressurja novamente a época da Guerra Fria. A
sofreguidão com que concordou juntamente com a União Europeia em aplicar
sanções e condenar a violência, mostra bem a intenção dos Estados Unidos de se
envolverem, na luta do povo ucraniano pela liberdade. Há dúvidas que consiga os
seus intentos, porque é bom não esquecer os resultados da sua interferência nas
zonas do globo, casos exemplares, no Afeganistão continuam os atentados, no
Iraque sucedem-se os conflitos entre xiitas e sunitas, ataques suicidas
provocam diariamente milhares de mortos, não só civis, militares incluindo
americanos . Obama pretende assim recuperar o poder americano, mas há muitas
dúvidas que consiga nesta zona do globo. A Rússia continua a ser uma grande
potencia, uma das maiores potencias energéticas mundiais e dificilmente poderá
aceitar que a Ucrânia saia da órbita da Rússia, por razões estratégicas,
geográfico, militar, por exemplo deixar a sua base importante de Sebastopol e a
cidade da indústria de armamento, Dnepropetrvsk . Seria a desestabilização na zona da Crimeia,
na própria Rússia, acentuando os conflitos étnicos e religiosos, com o
alastramento das revoltas por zonas da peninsula autónoma da Crimeia. Nunca como
agora os dirigentes mundiais das principais potências devem ter a lucidez, bom
senso, para evitar decisões que levem a uma hecatombe mundial. O mundo está a
atravessar um momento de grande turbulência em vários continentes, América
Latina, Brasil protestos por vezes violentos, Venezuela sucedem-se casos de
violência, Chile revolta de estudantes, na Argentina, noutras regiões, Tailândia,
manifestações violentas nas ruas a pedir demissão do governo, no Kosovo
sucedem-se actos de violência na Bósnia –Herzegovina, e pedem-se nas ruas novas
eleições. Enfim sucedem-se em vários cantos do globo sinais preocupantes do
larvar de movimentos revolucionários que podem atingir dimensões
incontroláveis.
Não acredito que, atualmente, devido à riqueza ser assente nos meios de produção de bens e serviços, não no modelo antigo de conquista de territórios, porque nas terras assentava a riqueza para pastos e pão, (agora não) haja lugar para guerras mundiais. Não interessa destruir milhões vidas. porque desapareceriam milhões consumidores. Hoje, o domínio é mais pela economia e conquista de mercados 8com consumidores viventes) do que conquistar espaços deles desertos. O que se passa é um mero esticar de cordas. No final virá sempre um acordo e e e as trocas comerciais! Nem mais
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