quarta-feira, 5 de março de 2014

UCRÂNIA: O RASTILHO DE UMA NOVA GUERRA?



O que se passa na Ucrânia é muito grave e poderá ser o rastilho, quem sabe de uma nova guerra mundial. Quem pensaria há anos na desagregação da Jugoslávia, que provocou milhares de mortos, donde resultaram países que hoje lutam com imensas dificuldades económicas, níveis altos de desemprego, greves constantes e manifestações diárias de protesto? Quem pensaria depois de terem sido derrubados regimes totalitários no norte de África, depois das chamadas Primaveras Árabes, surgisse um vazio de poder e reinasse um verdadeiro caos, por exemplo, derrubado o ditador Mubarak, a situação foi aproveitada por forças fundamentalistas para se instalarem e governar os territórios vazios, caso da Síria onde a guerra civil assumiu aspectos de horrores inenarráveis, causando milhares de refugiados que em massa se dirigem para os países vizinhos. A situação do Egipto que parecia entrar na normalidade com a eleição de Mohamed Morsi, resvalou para uma deriva islamita, com violentos confrontos entre islamitas e outras forças adversárias, com muitas mortes, conduzindo á chefia do Estado, pelo general Sissi. As democracias ocidentais confiaram no ideal artificial de nação nos países da primavera árabe, depois como um castelo de cartas vários países caíram em vários conflitos internos, caso da Líbia onde se sucedem os conflitos étnicos e religiosos. Confiaram em reformas que nunca foram implementadas. A juntar a toda esta situação caótica do Médio Oriente e do Norte de África, surge o conflito fratricida da Ucrânia, onde se têm verificado casos de grande violência, de ambas as partes, manifestantes e policia, de todo inaceitáveis e de condenar. O que começou por ser manifestações pacificas, rapidamente, se transformaram em manifestações de violência, o aparecimento de civis armados em luta aberta com as forças policiais precipitaram os acontecimentos para o principio de um guerra civil que, a menos que se encontre uma solução de equilíbrio, a guerra estará para durar. A situação é muito delicada tendo em conta não só os interesses estratégicos e militares da Rússia, e a tentativa também dos Estados Unidos de exercer influência na região, fazendo com que ressurja novamente a época da Guerra Fria. A sofreguidão com que concordou juntamente com a União Europeia em aplicar sanções e condenar a violência, mostra bem a intenção dos Estados Unidos de se envolverem, na luta do povo ucraniano pela liberdade. Há dúvidas que consiga os seus intentos, porque é bom não esquecer os resultados da sua interferência nas zonas do globo, casos exemplares, no Afeganistão continuam os atentados, no Iraque sucedem-se os conflitos entre xiitas e sunitas, ataques suicidas provocam diariamente milhares de mortos, não só civis, militares incluindo americanos . Obama pretende assim recuperar o poder americano, mas há muitas dúvidas que consiga nesta zona do globo. A Rússia continua a ser uma grande potencia, uma das maiores potencias energéticas mundiais e dificilmente poderá aceitar que a Ucrânia saia da órbita da Rússia, por razões estratégicas, geográfico, militar, por exemplo deixar a sua base importante de Sebastopol e a cidade da indústria de armamento, Dnepropetrvsk .  Seria a desestabilização na zona da Crimeia, na própria Rússia, acentuando os conflitos étnicos e religiosos, com o alastramento das revoltas por zonas da peninsula autónoma da Crimeia. Nunca como agora os dirigentes mundiais das principais potências devem ter a lucidez, bom senso, para evitar decisões que levem a uma hecatombe mundial. O mundo está a atravessar um momento de grande turbulência em vários continentes, América Latina, Brasil protestos por vezes violentos, Venezuela sucedem-se casos de violência, Chile revolta de estudantes, na Argentina, noutras regiões, Tailândia, manifestações violentas nas ruas a pedir demissão do governo, no Kosovo sucedem-se actos de violência na Bósnia –Herzegovina, e pedem-se nas ruas novas eleições. Enfim sucedem-se em vários cantos do globo sinais preocupantes do larvar de movimentos revolucionários que podem atingir dimensões incontroláveis.

1 comentário:

  1. Não acredito que, atualmente, devido à riqueza ser assente nos meios de produção de bens e serviços, não no modelo antigo de conquista de territórios, porque nas terras assentava a riqueza para pastos e pão, (agora não) haja lugar para guerras mundiais. Não interessa destruir milhões vidas. porque desapareceriam milhões consumidores. Hoje, o domínio é mais pela economia e conquista de mercados 8com consumidores viventes) do que conquistar espaços deles desertos. O que se passa é um mero esticar de cordas. No final virá sempre um acordo e e e as trocas comerciais! Nem mais

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