quinta-feira, 13 de março de 2014

Já não tenho o viço de outrora


Hoje levantei-me um pouco depauperado, apesar de ter sabido ter trabalhado ‘três a quatro vezes menos que um qualquer exemplar cidadão alemão’, pelo que, como é natural, também sempre ganhei na mesma ou pior proporção.
E também sei que ‘o trabalho não mata’, pois, se assim fosse, já teria morrido há décadas, apesar de ainda só ter sete décadas de idade, e de não me levantar sempre às ‘cinco horas e meia da manhã’.
Esta situação de depauperamento físico talvez se deva à chegada iminente da Primavera, a qual está a puxar por mim, apesar do viço já não ser o mesmo, sem o vigor de outrora.
E, como sempre, tento pensar por mim mesmo e não seguir a deriva de tantos maus faroleiros que provocam naufrágios em catadupa sem serem molestados por tal, e que repercutem tão maus feitos à marinhagem por todos esses prejuízos.
Assim, lendo as noticias do dia-a-dia e ouvindo o que quero e não deveria, por vezes, escutar, vou tomando conta que cada dia que passa, no jornal que leio diariamente, o espaço das ‘cartas do leitor’ está reduzido quase a nadica de nada, estando empalado ou emparedado entre a ‘Praça da Liberdade’ e o alfobre de cronistas certificados, bem pagos para tal fazer.
E um desses tais cronistas (ou artistas), que até é adepto do clube de pontapé na bola que eu simpatizo, também fez alusão ao chavão ‘belmiral’ de que ‘o trabalho não mata’ mas ‘mói’, diz ele. E é só olhar para ele e ver o seu enfezado e doentio aspecto!
Também, dei comigo a ler o anúncio da venda do ferry-boat Atlântida, que vai à praça por 30 milhões der euros, como base de licitação.
E fico entorpecido por não se culpar ninguém pela feitura do mesmo e por quem o encomendou, e depois roeu a corda.
Isto é assim? Ninguém é chamado à pedra? Ninguém é amarrado ao tronco e vergastado em praça pública? Ninguém é preso? Ninguém indemniza o Estado por este roubo de lesa Pátria?
Que país é este, que tais filhos tem a apunhalá-lo?

José Amaral

2 comentários:

  1. Eu leio o que o José Amaral escreve e, por desgraça deste país e de todos nós, estou quase sempre de acordo com tudo o que diz. Depois, verifico com mágoa, que os problemas e as situações que aflora ou aprofunda, tal como o que muitas vezes faço, não chegam ao destino ou não têm eco suficiente nos meios onde deviam ter. E muitos momentos de desânimo me assaltam, porque, que Diabo, um homem não é de ferro. Contudo, vou sempre procurando dar a volta por cima e aplaudindo todos os que estão empenhados na mesma luta. Parabéns por mais este seu escrito, sempre oportuno.

    ResponderEliminar
  2. Justiça é igual a pão, porque quem rouba pão e justiça não se fazendo poucos comem o que muitos deviam comendo.
    País?
    Que país?
    A moda é rejeitar ou querer menos Estado,
    mas dele roubam ou querem roubar? para ficarem em melhor estado!
    Justiça?
    Que justiça?
    Este país é muito católico!
    Vão à missa e depois fica tudo perdoado!
    ou à espera do milagre no dia de São Nunca!
    FigasCumprimentos

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.