Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
quinta-feira, 13 de março de 2014
Já não tenho o viço de outrora
Hoje levantei-me um pouco depauperado, apesar de ter sabido ter trabalhado ‘três a quatro vezes menos que um qualquer exemplar cidadão alemão’, pelo que, como é natural, também sempre ganhei na mesma ou pior proporção.
E também sei que ‘o trabalho não mata’, pois, se assim fosse, já teria morrido há décadas, apesar de ainda só ter sete décadas de idade, e de não me levantar sempre às ‘cinco horas e meia da manhã’.
Esta situação de depauperamento físico talvez se deva à chegada iminente da Primavera, a qual está a puxar por mim, apesar do viço já não ser o mesmo, sem o vigor de outrora.
E, como sempre, tento pensar por mim mesmo e não seguir a deriva de tantos maus faroleiros que provocam naufrágios em catadupa sem serem molestados por tal, e que repercutem tão maus feitos à marinhagem por todos esses prejuízos.
Assim, lendo as noticias do dia-a-dia e ouvindo o que quero e não deveria, por vezes, escutar, vou tomando conta que cada dia que passa, no jornal que leio diariamente, o espaço das ‘cartas do leitor’ está reduzido quase a nadica de nada, estando empalado ou emparedado entre a ‘Praça da Liberdade’ e o alfobre de cronistas certificados, bem pagos para tal fazer.
E um desses tais cronistas (ou artistas), que até é adepto do clube de pontapé na bola que eu simpatizo, também fez alusão ao chavão ‘belmiral’ de que ‘o trabalho não mata’ mas ‘mói’, diz ele. E é só olhar para ele e ver o seu enfezado e doentio aspecto!
Também, dei comigo a ler o anúncio da venda do ferry-boat Atlântida, que vai à praça por 30 milhões der euros, como base de licitação.
E fico entorpecido por não se culpar ninguém pela feitura do mesmo e por quem o encomendou, e depois roeu a corda.
Isto é assim? Ninguém é chamado à pedra? Ninguém é amarrado ao tronco e vergastado em praça pública? Ninguém é preso? Ninguém indemniza o Estado por este roubo de lesa Pátria?
Que país é este, que tais filhos tem a apunhalá-lo?
José Amaral
2 comentários:
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Eu leio o que o José Amaral escreve e, por desgraça deste país e de todos nós, estou quase sempre de acordo com tudo o que diz. Depois, verifico com mágoa, que os problemas e as situações que aflora ou aprofunda, tal como o que muitas vezes faço, não chegam ao destino ou não têm eco suficiente nos meios onde deviam ter. E muitos momentos de desânimo me assaltam, porque, que Diabo, um homem não é de ferro. Contudo, vou sempre procurando dar a volta por cima e aplaudindo todos os que estão empenhados na mesma luta. Parabéns por mais este seu escrito, sempre oportuno.
ResponderEliminarJustiça é igual a pão, porque quem rouba pão e justiça não se fazendo poucos comem o que muitos deviam comendo.
ResponderEliminarPaís?
Que país?
A moda é rejeitar ou querer menos Estado,
mas dele roubam ou querem roubar? para ficarem em melhor estado!
Justiça?
Que justiça?
Este país é muito católico!
Vão à missa e depois fica tudo perdoado!
ou à espera do milagre no dia de São Nunca!
FigasCumprimentos