Leitor escritor
em vias de extinção?
Por iniciativa
duma jovem leitora, Maria do Céu Mota, escritora
de cartas para os jornais, no passado dia 22 de Março, nas instalações da
INATEL, em Coimbra, dos muitos que foram convidados compareceram catorze (para o ano espera-se mais) assíduos
remetentes de cartas, versando opiniões
sobre temas nacionais ou meramente pedindo resolução de questões locais.
Numa franca
tertúlia expuseram suas opiniões sobre suas experiências e análise evolutiva do
espaço e importância dada aos leitores que escrevem. Facto é que unanimemente constatou-se
que a percentagem do espaço tem vindo a ser substancialmente diminuído e nele o
espaço concedido às opiniões expressas, mais parecendo que se caminha para o
formato de meros telegramas ou SMS´s!
Pessoalmente,
penso que tal comportamento se coaduna com o poder vigente, no sentido de “para escrever estamos cá nós. Vocês ,só para ler!
Num regime democrático,
em que todos os cidadãos, para maior responsabilidade coletiva, são chamados a
participar, os meios de comunicação têm um importante papel (caso queiram) na
contribuição substantiva de tal apelo a maior interação. Mas, com o que se está
a passar não. Menos cartas e menos espaço são a prova evidente! Mesmo que
redução ao espaço global de qualquer jornal seja diminuída, a importância devia
ser igual ou maior aos recetores da informação. É desejável que a linguagem de
funcione nos dois sentidos; emissor/recetor, não em sentido único!
Todavia, mais
parece que, com o espaço concedido, os leitores são espécie em vias de extensão
, por asfixia de opinião! Atualmente, tudo s subordina ao princípio do Ter
sobre o Ser! Sendo assim, a opinião do Ser de cada leitor é avaliado só pela
produção material que produz. Mais nada.
Escreve-se uma
carta para um jornal e depois aguarda-se o euro milhões, a ver se é premiada.
Há muito pouca
informação sobre os critérios sobre a escolha das cartas a publicar, que deviam
ser bem explícitas. Proponho que cada jornal sugira, em cada edição, um tema do dia. Depois, 50% do
espaço da página (todos os jornais
deviam ter uma “Página do Leitor”) versaria, no dia seguinte, o tema antes
proposto. Os sobrantes 50% do espaço seriam usados para outros temas que
não o do dia!
Para mim,
mantenho a justeza das posições; o
leitor é o dono da sua opinião e liberdade e não é obrigado a escrever, cada jornal
é dono do seu espaço e o leitor não é obrigado a comprar ou ler. Quites!
O mais justo seria que o jornal deixasse o
leitor nele escrever, mas não é com a
mera concessão da publicação de um artigo ou dois que fica com a consciência do
dever cumprido.
Assina um mero leitor,
que não abdica de exercitar o seu dever de cidadania, por um mundo melhor; mais
justo e solidário!
Silvino Taveira
Machado Figueiredo
Gondomar
Sem comentários:
Enviar um comentário
Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.