quinta-feira, 27 de março de 2014

Leitores escritoes em vias de extinção?



Leitor escritor em vias de extinção?

Por iniciativa duma jovem leitora, Maria do Céu Mota,  escritora de cartas para os jornais, no passado dia 22 de Março, nas instalações da INATEL, em Coimbra, dos muitos que foram convidados compareceram catorze  (para o ano espera-se mais) assíduos remetentes  de cartas, versando opiniões sobre temas nacionais ou meramente pedindo resolução de questões locais.
Numa franca tertúlia expuseram suas opiniões sobre suas experiências e análise evolutiva do espaço e importância dada aos leitores que escrevem. Facto é que unanimemente constatou-se que a percentagem do espaço tem vindo a ser substancialmente diminuído e nele o espaço concedido às opiniões expressas, mais parecendo que se caminha para o formato de  meros telegramas ou SMS´s!
Pessoalmente, penso que tal comportamento se coaduna com o poder vigente, no sentido de “para  escrever estamos cá nós. Vocês ,só para ler!
Num regime democrático, em que todos os cidadãos, para maior responsabilidade coletiva, são chamados a participar, os meios de comunicação têm um importante papel (caso queiram) na contribuição substantiva de tal apelo a maior interação. Mas, com o que se está a passar não. Menos cartas e menos espaço são a prova evidente! Mesmo que redução ao espaço global de qualquer jornal seja diminuída, a importância devia ser igual ou maior aos recetores da informação. É desejável que a linguagem de funcione nos dois sentidos; emissor/recetor, não em sentido único! 
Todavia, mais parece que, com o espaço concedido, os leitores são espécie em vias de extensão , por asfixia de opinião! Atualmente, tudo s subordina ao princípio do Ter sobre o Ser! Sendo assim, a opinião do Ser de cada leitor é avaliado só pela produção material que produz. Mais nada.
Escreve-se uma carta para um jornal e depois aguarda-se o euro milhões, a ver se é premiada.
Há muito pouca informação sobre os critérios sobre a escolha das cartas a publicar, que deviam ser bem explícitas. Proponho que cada jornal sugira,  em cada edição, um tema do dia. Depois, 50% do espaço da página (todos os jornais deviam ter uma “Página do Leitor”) versaria, no dia seguinte, o tema antes proposto. Os sobrantes  50%  do espaço seriam usados para outros temas que não o do dia!
Para mim, mantenho a justeza das posições; o leitor é o dono da sua opinião e liberdade e não é obrigado a escrever, cada jornal é dono do seu espaço e o leitor não é obrigado a comprar ou ler. Quites!
 O mais justo seria que o jornal deixasse o leitor nele escrever, mas não é com a mera concessão da publicação de um artigo ou dois que fica com a consciência do dever cumprido.
Assina um mero leitor, que não abdica de exercitar o seu dever de cidadania, por um mundo melhor; mais justo e solidário!
Silvino Taveira Machado Figueiredo
Gondomar

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