quarta-feira, 11 de novembro de 2015

COMEMORAÇÃO DA FUTURA INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA





Angola comemora os seus quarenta anos de independência, é bom, é uma espécie de sinónimo de liberdade.

Ser independente é poder tomar todas as decisões que se queira sem estar subjugado por alguém que tome as decisões por nós - sem nos consultar, sem querer saber da nossa vontade. Por isso é um conceito que anda ao lado da liberdade, porque tomar decisões é assumir responsabilidade, ter honestidade perante as suas próprias convicções, sentir-se bem na forma como pensa o mundo, e isso só se consegue se não existirem espartilhos nem coletes de força, que apertem as ideias, espremam os pensamentos, esganicem a comunicação, esvaziem a acção, boicotem a transformação.

Abafados e amarrados, somos absurdamente dependentes, não temos autonomia, não podemos crescer.

Sermos independentes porque amamos uma bandeira e nos vem a lágrima ao olho quando toca uma marcha que pretende identificar-nos,não se pode dizer que seja mau - pelo contrário - enaltece-nos, puxa-nos o brilho. 

Mas quando estamos condicionados dentro de casa a uma autorização paternalista para sair à rua e falar, vivemos afinal numa independência dependente, de quem impõe, de quem diz com palavras falsamente ponderadas e ditas na lentidão de uma representação de Pai de todos,que só há um caminho: o da aceitação subserviente de decisões inamoviveis e pessoalmente muito proveitosas.


Demos vivas à independência de Angola, um país que não é independente, mas gostaria de ser e o será um dia, quando tiver uma massa crítica suficientemente poderosa para fazer pressão sobre a enorme minoria que governa o seu povo como se assistíssemos a um “remake” do estilo colonialista no seu pior estilo.  

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