terça-feira, 3 de novembro de 2015

POESIA

DE BOLORENTOS LIVROS RODEADO

De bolorentos livros rodeado
Moro, senhor, nesta fatal cadeira;
De quinze invernos a voraz carreira
Me tem no mesmo ponto sempre achado.

Longo tempo em pedir tenho gastado,
E gastarei talvez a vida inteira;
O pon to está em que, quem pode, queira,
Que tudo o mais é trabalhar errado.

Principe augusto, seja vossa glória,
Fazei que este infeliz ache ventura,
Ajuntai mais um facto a vossa História;

Mas se inda aqui me segue a desventura,
Cedo ao meu fado e vou co´a  palmatória
Cavar num canto da aula a sepultura.

NOTA – Soneto de Nicolau Tolentino

Transcrito por Amândio G. Martins

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