terça-feira, 3 de novembro de 2015

Um anjo caído da plebe

          Na segunda-feira, do governo a oito dias do fim da validade nasceu uma estrela candente, um tal dr. Calvão, não Alpoim da aristocracia, mas Silva da plebe.
         Perante o cenário catastrófico da baixa de Albufeira, o sr ministro da administração interna e na presença do presidente da câmara que ficou mudo e calado depois de pedir ao governo central que seja decretado estado de calamidade pública, não fez a coisa por menos:
         - “Não é uma lei que se faz por qualquer coisinha”.
         Insatisfeito com a draconiana sentença o dr Calvão da Silva da plebe, e na insistência dos repórteres de microfone em riste que queriam saber da sensibilidade do governante para os prejuízos que destruíram e arruinaram em minutos vidas de trabalho, o ministro a oito dias do fim da validade saiu-se com a sublime pérola “Não ter seguro é uma lição de vida”.
         O dr Calvão da Silva da plebe na sua voz sibilina e pronúncia acentuadamente de Santa Comba não abandonaria Albufeira que visitou não de galochas mas com os sapatos com que tomou posse a semana passada no governo a oito dias do fim da validade, com mais duas sentenças:
         - Apelidou o Criador de inconsequente e cruel justiceiro, “Deus nem sempre é amigo” e a tratou a Natureza por, “Fúria demoníaca”.
         O dr Calvão da Silva da plebe comparou em minutos a diluviana tempestade que se abateu sobre o turístico Algarve com maldades do demónio, com estas duas simbólicas metáforas atingiu o clímax do maniqueísmo. Para o dr Calvão da Silva da plebe o Mal, com duas lapidares cajadadas, deu arrepiantes pauladas na comiseração do Bem.
         Mas o que é que podíamos esperar do governante a oito dias do fim da validade que dá pelo nome de Calvão da Silva que o ano passado atestou por sua honra e por escrito a idoneidade de Ricardo Salgado por receber 14 milhões de euros oferecidos por um gentil e simpático amigo, pato bravo de profissão?


Carlos Pernes

4 comentários:

  1. Por acaso estava de galochas. E sim, falou com uma inaceitável falta de preparação politica.

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  2. São escolhidos a dedo, senhor Carlos. E olha-se-lhes para a cara e está lá tudo...

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  3. Para desgraça nossa, só nos faltava este cromo para ajudar 'à festa'.

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  4. Não é por acaso que estas pessoas, que têm pouco discernimento para solucionar problemas, alcançam lugares proeminentes nos diversos espaços sociais. Elas servem de porta de abertura para muitos que lhe são iguais e são degraus de uma escada paralela onde sobem as incompetências. A sociedade está assim organizada e, muitas vezes, disso não nos apercebermos. Há condecorações ridículas, recebidas por gente ridícula e impostas por gente ridícula. É a outra face da moeda.

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