quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A 31 de Agosto de 1867 - Morte de Charles Baudelaire



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A 31 de Agosto de 1867, morre, em Paris, onde está sepultado no cemitério do Montpamasse. Charles-Pierre Baudelaire, foi poeta boémio, dandy, flânuer e teórico da arte francês. É considerado um dos percursores do simbolismo e reconhecido internacionalmente como fundador da tradição moderna em poesia. Entre a sua produção textual, saliento Les fleus du mal (1857/ e Le Peintre de la vie Moderne  (1863).
Nasceu a 9 de Abril de 1821.

Homens pequeninos


Enquanto primeiro-ministro, em conjuntura expansionista, afivelou uma máscara de seriedade que lhe colou bem, e nem as acções do BPN lhe fizeram mossa. Eleito Presidente da República quase sem contestação, acabou por deixar sinais de que lhe interessou mais o "penacho" do que o bem do país. Cavaco Silva teve tudo para ser grande, mas fez o seu próprio downsizing sem precisar de ir ao Festival de Veneza. Inexplicavelmente, preferiu a pequenez dos mesquinhos, incapaz de se libertar da invejazinha perante o sucesso dos que provam, não por palavras, mas com a realidade, que ele estava errado. Para quem “nunca se engana”, já se lhe contam erros a mais. Sempre à procura, nos outros, das culpas da sua existência frustrada, lamentando que não lhe mostremos gratidão e reconhecimento pela própria grandeza que, parece-me, só existiu na sua cabeça. São assim os homens pequeninos, coitadinhos, que não conseguem libertar-se do fascínio de apontar o dedo aos outros nem alijar a sanha acusatória. E sempre ressabiados.

Público - 04.09.2017

Esculturas naturais de praias, em V.N.Gaia - Lavadores (1)

A Praia de Lavadores, muito conhecida pelo seu iodo, sempre teve muitas rochas, notando-se muito mais actualmente, devido a uma diminuição substancial do areal.  O maciço de rochas inicia-se praticamente no Cabedelo, e prolonga-se pelas praias a Sul da foz do Rio Douro, das quais Lavadores é a primeira e a que se encontra situada mais a Norte na costa atlântica de Vila Nova de Gaia.

Férias. O que é isso?

O povo desapareceu. As cidades e as vilas estão mais vazias, e não faltam lugares para estacionamento de veículos. Pergunto o que é feito dos vizinhos, do povo em geral, e recebo como resposta de um infeliz que por cá ficou, de que as pessoas foram de férias. Mas foram para onde se ao que ouço não há ninguém com dinheiro para sair à rua e tais luxos? Replicam-me que quando é chegada a hora para romper com rotinas, o dinheiro aparece como por encanto. Uns amealharam uns patacos, outros recorrem à banca, e endividam-se. E serão férias, estas preocupações, e as que se levantam, de ter que preparar e carregar a tralha necessária para o dia-a-dia no lugar de destino escolhido para as passar, levar na mala e no tejadilho do carro, bicicleta, prancha, e carrinho de bebés, se for o caso de os haver, encher malas de roupa que regressarão para serem lavadas, com mais uma ou outra peça que entretanto por lá foi adquirida em saldo, e já no destino desejado, desmontar tudo, organizar no mínimo a tralha nas instalações que se vão ocupar, este fica aqui, aquele ali, e quem vai ajudar a despejar o carro, eu não que estou cansado, vai tu que dormiste toda a viagem, vamos é beber qualquer coisa fresca ali mesmo naquela esplanada, que parece em conta, e ainda temos que ir ao mercado para fazer umas compras para o jantar. Vai tu mulher, que eu fico a arrumar e a dar um pouco de ordem à tralha trazida, e que há de ir de volta. Reparo agora que não veio isto e mais aquilo, ai os óculos e os auscultadores,  e que é preciso ir ao grande mercado buscar. Se não for eu mais ninguém se lembra. Quando a mulher vier já vai ouvir. Temos que comprar um guarda-sol, que este afinal está roto e carunchoso. Os chinelos ainda dão para ir e vir da praia. Os calções compro aí numa feira ou ao cigano, que os há bonitos e contrafeitos de marca a dar nas vistas, que os meus estão gastos O bronzeador para já não faz falta e a mulher sempre tem no seu saco cabe-tudo, algum resto de outro. Preciso de guardar o carro e uma sombra vinha a calhar, mas em sítio que por cima não sobrevoe a passarada, que o deixa irreconhecível ao fim de alguns dias. Depois tenho que o lavar e é mais um custo a pagar. Bom. A mulher já chegou das compras orçamentadas, eu já dispus as coisas mais ou menos dentro do espaço arrendado, e vou descansar um bocado que bem preciso, que a viagem foi cansativa. Amanhã, logo cedo, vamos até ao areal, ver o mar, e tomar uma banhoca se ele deixar. Talvez no programa ainda haja um momento para visitar a terra aonde assentamos barraca. Logo se verá. Temos que aproveitar, pois já passaram dois dias, dos quinze disponibilizados para o efeito. Montado o bivaque na praia, em espaço que nos pareceu o melhor ou que sobrava, vou ali ao quiosque e compro o jornal da bola. Queres alguma revista para ti? Não, prefiro um gelado e aproveita traz uma garrafa de água. Eu para o bebé tenho o habitual. Amanhã, temos que ir ao mercado de peixe e da fruta, bem cedo, comprar umas coisas para o almoço, e encher o frigorífico com produtos necessários para as refeições. A garrafa de gás parece que vai dar só para dois dias, embora ele seja misto. Veremos para quanto dará, considerando as tomas de banho após fim de praia com a areia colada ao corpo, e lavar as toalhas e uma ou outra peça de roupa. Vou sair e volto já que vou encher o pneu da bicicleta, que afinal esvaziou. O jornal não li todo, mas guardo-o para melhor ocasião e no sofá de casa. Tens aqui umas revistas que os inquilinos anteriores deixaram, se quiseres dar uma vista d´olhos. Os baldes de lixo estão cheios, e enquanto fazes o jantar vou lá fora despejá-los no contentor público. Hoje temos que voltar ao super mercado, que fica aqui a 6 km, mas trazemos o que nos faz falta para o resto dos dias. Papel higiénico, fraldas, guardanapos, água, ovos, carne, sumos, e alguma coisa mais que esteja em promoção, e ainda bronzeador que o que trouxemos já acabou. O peixe, há no mercado bem fresco e eu gosto de ir até lá. Tu se quiseres ir indo mais o miúdo, vai, mas toma cuidado. Hoje é dia de recarregar tudo de novo, que é o último. Vamos regressar a horas que não coincidam com o maior trânsito. Quando chegarmos a nossa casa, à terra aonde vivemos o ano todo, a primeira coisa que farei é deitar-me a descansar. Tu descarrega o carro como puderes e arruma como for tua vontade. Eu depois tenho a lida doméstica, fazer alguma coisa para se comer, tratar do bebé, lavar a loiça, passar a ferro, e ficar a pensar naquilo que me disseste e não me agradou, sobre os gastos a mais que fizemos, e que mais valia ter ficado por cá. Eu vou-te dizer que nestas condições, também não quero partir para lado nenhum. Eu descanso mais se ficar aqui na minha casinha. Férias cansativas e perturbadas pelos poucos tostões de que dispomos, e pelas dívidas contraídas no banco para o empréstimo para pagar o alojamento e o aluguer do carro, deixam-me de rastos e apreensiva. Agora como os vamos pagar? Não olhes para mim com essa cara, tá bem?


*-(publicado um excerto, hoje na revista "SÁBADO")

Voltou mais azedo

Numa aula por si dada na Universidade de Verão do PSD, o ex PR apresentou-se mais azedo do que seria suposto acontecer. Talvez o tratamento para atenuar a sua ácida postura não esteja a fazer efeito.
Todavia, apresentou-se bem nutrido e não com a cor macilenta daquele 10/6 em que teve um chilique.
Do alto da sua cátedra, bateu forte – mesmo com a omissão em quem batia – na Esquerda que está no Poder, bem como investiu contra o actual PR.
E, vincando o seu passado de que ‘nunca me engano’, lá disse que na zona euro não há lugar para ‘devaneios revolucionários’, pelo que, quem isso tentar ‘perde o pio’, talvez como na Venezuela ele gostasse que cá acontecesse.
Reprovou também a ‘verborreia frenética’ de muitos políticos, que não a dos seus ‘meninos de coro’, e, imagine-se: acha que Mácron é a sua reencarnação.
Enfim, toda a sua faladura, que ora teve, coaduna-se com o velho provérbio ‘burro velho não toma mais andadura’, pelo que outra atitude linguística não seria de se esperar dele, pois será sempre assim até morrer.


José Amaral
O cu e as calças

Recordo que, quando era miúdo, também já se falava de modas, mesmo ao nível das aldeias, e tenho viva uma cena do dia de S. Lourenço, que se festeja sempre a 10 de agosto e movimentava muita gente; novos e velhos, de todos os lados, passavam por aqui a pé, em grandes grupos, subindo os montes com saquinhas de sal na mão para oferecer ao santo que, segundo a crença, protegia as pessoas das dores de dentes, já que nesse tempo nem se falava em ir ao dentista.
E lembro-me de ter ouvido a minha avó Custódia Maria dizer a uma rapariga que lá trabalhava, que olhava os grupos que passavam, que se quisesse também podia ir à festa, ao que a moça respondeu que não tinha ali roupa de jeito; tendo a minha avó, em tom jocoso, oferecido roupa sua, pois tinham a mesma estatura, a rapariga respondeu-lhe no mesmo tom, dizendo que não iria a uma festa vestida “fora de moda”…
Naquela conversa entrecortada de risadas, a minha avó retorqui-lhe que fosse qual fosse a moda, o cu havia de ficar sempre do lado de dentro das calças; mas eu desconfio que se a senhora Custodinha pudesse cá dar hoje uma espreitadela e visse o que por aí vai, morria de novo, mas agora de susto, ao ver-se “desmentida” pela enorme quantidade de traseiros arrebitados que por todo o lado se vêem meio fora das calças.
E fui verificando, ao longo do tempo, que quanto mais disparatada a “moda” parecia, quer nas expressões do linguajar como a copiar imbecilidades - das quais relembro, entre muitas outras, a moda das chupetas no vidro traseiro dos carros, o autocolante da cabeça de uma mulher com um chapéu largo, um outro que dizia aos que seguiam atrás que se tinham inveja dele, trabalhassem como ele fazia, e tantas outras coisas caricatas -  mais seguidores arrebanhava!
Agora parece ter “pegado de estaca” outra moda que consiste em trazer um molho de chaves na mão, atadas numa espécie de coleira colorida, e já me perguntei se não fariam melhor levar aquilo ao pescoço, a simular um chocalho…

Amândio G. Martins


Não à destruição da Humanidade!

A Coreia do Norte atingiu com um míssil, com capacidade nuclear, o Oceano Pacifico, sobrevoando o soberano Japão. A inqualificável provocação (mais uma) não teve resposta do Governo japonês, numa atitude de louvável sensatez. Cerca de 70% dos norte-coreanos têm fome, sendo assistidos
com alimentos, pelas autoridades governamentais.  Não há recursos para matar a fome ao povo, mas há biliões para aquisição de armamento mortífero! Desde os anos 1990, que têm capacidade de alvejar a Coreia do Sul e o Japão. Há que levar a sério o programa nuclear norte-coreano e suas manifestações bélicas porque (já) não têm retorno. Estas acções também visam desviar as atenções internas, onde a penúria impera e o rendimento anual dos cidadãos não atinge 2 000 dólares...
Caso seja accionado o botão nuclear, a resposta é imediata e, nos primeiros minutos, morrerão 200 mil pessoas!, advertem especialistas militares. 
É urgente, a China, o maior exportador (sobretudo de bens alimentares), para a Coreia do Norte, assumir um papel activo de dissuasão diplomática, para afastar «o» pré-holocausto... a iniciar pelo insano líder da Coreia do Norte, que parece não medir a gravidade dos projécteis lançados, impunemente, até ao arrepio das resoluções das Nações Unidas.
Podemos estar a assistir à antecâmara da destruição de parte significativa da Humanidade!
Será que, também, estas acções bélicas são o prenúncio da III Guerra Mundial? Se assim for... a IV Guerra Mundial - será feita com paus e pedras...!

Vítor Colaço Santos

Público - 02.09.2017

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Que o tiro não vos saia pela culatra

Camaradas do mundo laboral, escrevo-vos para que tomem nota que o tiro pode sair-vos pela culatra, pelo que, aqueles que dizem defender, não saiam muito chamuscados do imbróglio grevista que se instalou na Autoeuropa, empresa estratégica para a economia do país e para os seus trabalhadores.
Às vezes mais vale refrear os ânimos, para, com cabeça fria se chegue à meta desejada.
Eu sei, após o 25 de Abril, que muitos sindicalistas afectos a determinada linha sindical sempre se opuseram à existência de comissões de trabalhadores, preferindo as comissões intersindicais de delegados de empresa, pelo que não é boa prática sindical e laboral 'impor-se' uma greve enquanto não for eleita uma nova comissão de trabalhadores para a referida Autoeuropa.
Pensem nisso e dialoguem.

José Amaral

Edeka ou… Eureka?


Soube-se, recentemente, que uma loja pertencente à cadeia de supermercados alemães “Edeka” retirou das suas prateleiras todos os artigos de origem estrangeira à venda. Resultado? Vazio quase total. Se a intenção era evidenciar a interdependência e complementaridade das diversas comunidades que compõem o planeta, e penso que era, o objectivo foi plenamente atingido e ficou mais que provado que já ninguém consegue viver isolado. Nem países, nem pessoas. Não há ilhas autónomas, umas são de acesso mais fácil, outras menos, mas ninguém está, “orgulhosamente” ou não, separado em definitivo dos demais. Seria bom que, a partir daí, cada um de nós, qual Arquimedes, “descobrisse” que, em vez de se erguerem barreiras e fronteiras, deveríamos cooperar na sua remoção e no aplainamento de caminhos entre “diferentes”. Pode haver quem só pense em perdas, mas os ganhos seriam muitos. E para todos.

Expresso - 02.09.2017

Cavaco volta à Universidade

O ex-presidente Cavaco Silva, bem se esforça por se comportar como Júpiter, mas não consegue tal proeza por muito tempo. Mal o convidam para um local combinado e asseado, aí aparece ele, a botar discurso como quem deita fogo e metralha, julgando-se que é Luz, a iluminar o caminho e o mundo. Cavaco leva ressentimento na mala, mesmo quando se aloja num hotel, chame-se ele, Sol ou Serra, e por lá pousa a sua marca rural, e não raras vezes, tal como, Marte, um Deus da palavra provocatória, que se situa entre Júpiter e a Terra, uma pretensiosa lição. E é aqui na Terra, numa universidade de verão a uma temperatura pouco recomendável, que ele fala para os seus, enviando recados para fora e pedindo respostas. Virado para os jovens e seus “alunos” numa plateia escolhida a dedo e a cor, pediu aos imberbes presentes na Universidade de Verão 2017, que fizessem uma pergunta aos Partidos da geringonça que defendem a saída de Portugal do euro, o que é que tal abandono provocaria, se não colocar Portugal no mesmo patamar ou situação em que se encontra a Venezuela. Usou desta “bazófia” filosófica, oca, barata e demagógica, mas sobretudo provocatória, e “piou” como um mocho agoirento na noite escura. Perguntou e respondeu. É assim um bom professor. Só que a pergunta deveria ser feita ao Povo. O povo talvez lhe respondesse, que mesmo que Portugal ficasse como o país de Bolívar, agora de Maduro,com mais reservas de petróleo do que nós de água, não tinha nada a perder, já que nada tem, ou o que tem de pouco vale. Já Cavaco e os seus pares, acólitos, apaniguados, todos os da sua “galáxia”, que comeram à sua mesa, teriam, esses sim, tudo ou quase tudo a perder. O Povo sabe em que circunstâncias, que só perde quem tem. “Fico-me por aqui”!

-*(publicado no DN.madª-em 31/08/2017)


Afinal havia outro

Quando ouvi Sua Excelência o Senhor Primeiro Ministro Dr. António Costa tratar a líder do CDS por "aquela senhora" sabendo perfeitamente o seu nome, respirei de alivio. Afinal, não sou só eu o mal educado. Nem imaginam o gozo que me dá é imaginar o que pensam disto certos acérrimos e fanáticos admiradores de Sua Excelência, o Senhor Primeiro Ministro Dr. António Costa que, talvez de férias, não se tenham apercebido disto. E fico-me por aqui para não ferir susceptibilidades.

Aventuras domésticas

Foi uma semana “alucinante”, a última; mas uma equipa empenhadíssima, avisada de que, mais dia, menos dia, viria por aí água a potes -  e tão desejada que ela era – conseguiu desmantelar o telhado velho da minha casa, com cerca de quarenta anos e muito mau aspecto, e colocar uma cobertura nova antes que tudo ficasse alagado.
E agora que finalmente choveu, embora sem a braveza de outros sítios, já só faltam uns remates nos beirais e nas chaminés, coisa de pouca monta; dar caminho certo à tralha retirada ficou por minha conta, que para isso não tenho muita pressa e pode chover à vontade…
Por curiosidade e porque o pessoal que aqui andou me disse que ajudou muito, vou referir um “fortificante” especial inesperado que lhes proporcionei. Tenho na área do portão principal um parreiral de videiras “americanas”, há muitos anos ali plantado com o fim de termos aquele espaço fresco nos dias de canícula; como este ano produziu uma carga de uvas tão descomunal que a ramada desceu ao nível da cabeça das pessoas, para se poder passar com os materiais tive de vindimar à pressa…
Resultou daí que havia vinho “morangueiro” novo e doce, servido fresquinho, em malgas, à tripa-forra, porque ainda não tinha qualquer teor alcoólico; e nem o principal receio da rapazeada, que era ficarem de “esguicho” com aquela charopada, se concretizou, apesar de terem bebido pela medida grande, tal o calor sentido em cima da casa. Isto dito, para concluír que tudo fica bem quando acaba bem!


Amândio G. Martins

A HUMANIDADE DOENTE

Cada vez há mais pessoas doentes. Depressão, esquizofrenia, doença bipolar, outras. Esta sociedade tecnológica, em vez de aproximar as pessoas, afasta-as. Os smartphones, o Facebook, etc são inimigos do contacto face a face. Os indivíduos estão cada vez mais isolados ou encerrados em grupos fechados, sem abertura à novidade, à descoberta. Os media, a TV, a Internet provocam a atrofia ou autênticas lavagens ao cérebro. O império do dinheiro e do mercado torna as pessoas hiper-competitivas, mesquinhas, malévolas. A maioria já não aguenta. O consumo de fármacos explode. O ser humano está gravemente doente, caminha para um estado vegetativo.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

A COMIDA É MUITO BOA. NNHAAMM!!!!





"Eu tenho estado em alguns teatros de operações e em alguns comi a refeição dos bombeiros e comi boas refeições: bem confecionadas e em quantidade. Daí a minha surpresa, mas como nem sempre o que vemos acontece, pode acontecer outras coisas que não vi, achei que o melhor era instaurar um inquérito para dar tranquilidade a todos. Sejam as consequências que forem do próprio inquérito."
Secretário de Estado da Administração Interna
Não sabemos, não o vimos comê-las e parece que os altos responsáveis da Protecção civil acham que sim, que as refeições são boas. mas não sabem nem garantem, porque não as viram ao vivo, no terreno,e antes, a serem confecionadas, empacotadas, distribuidas.
A pergunta que faço é: com tanto "não sei,talvez sim, vou instaurar um inquérito" não seria já altura de os responsáveis serem responsáveis e agirem antes de falarem com a boca cheia da excelente comida de campanha para bombeiro em estado permanente de actividade?
Mandem-me por favor os relatórios para casa. Obrigado

Leituras de férias


Sublinhei com muito interesse o artigo de José Ribeiro e Castro sobre o terrorismo.  O antigo líder do CDS está convicto de que é preciso fazer algo mais contra esse fenómeno, luta essa que passa pelo plano moral e psicológico ( "o mal vence-se de vez quando cada um o vence dentro de si", construindo e conseguindo " a ilegitimação moral do terrorismo em todo o mundo"). E, lembrou, sobretudo, a importância de cada vida perdida nos atentados: " são essas vidas concretas que nos farão vencer". É a história das pessoas e a qualidade de vida dos cidadãos que deve preocupar e obstinar os nossos governantes e não assuntos ridículos como o da imagem...
Há um ano, ficámos chocados com o valor que o ex-presidente francês, François Hollande, gastava com o seu cabelo : dez mil euros por mês era o que pagava ao seu cabeleireiro. Parece-me que , por esta altura, os contribuintes franceses estarão novamente indignados, agora com Macron, que  terá desembolsado 26 mil euros aos «cofres» do Estado já nos primeiros meses do mandato. Não em cabelo, mas em maquilhagem!  A beleza a dar problemas à França! (Esperemos que, em Portugal, não esteja previsto um tão feio orçamento para a beleza do nosso Presidente).
A beleza foi o ideal do imperador romano Adriano ( sec.I-II), que aspirava não à própria, mas à beleza do mundo: queria que as cidades fossem esplêndidas, povoadas por seres humanos cujo corpo não fosse deteriorado pelas marcas da miséria ou da servidão, nem pela vaidade de uma riqueza grosseira; que a paz se estendesse a todos; que o mais humilde viajante pudesse vaguear através de um país, de um continente a outro, sem formalidades vexatórias, sem perigos. Este ideal de Adriano "seria muitas vezes quase atingido se os homens pusessem ao seu serviço uma parte da energia que despendem em trabalhos estúpidos ou ferozes".  
Estamos no século XXI e os nossos governantes têm poucas aspirações e, essas, são muito egoístas e destrutivas. Ainda recordo que li : Temer "extinguiu uma reserva ambiental na Amazónia que corresponde a meio Portugal".
(Portugal, por seu turno, deixa-se arder...).

Visitas íntimas nas prisões

Mais um estabelecimento prisional foi dotado de instalações para facilitar, em completa segurança e de graça, visitas íntimas de cariz sexual, porque, dizem-nos, é para proporcionar melhores condições de vida aos reclusos e dar-lhes prazer e a quem os visita, sem que nada os moleste.
No nosso modesto entender tudo se está a fazer para beneficiar o infractor, para que o coitadinho/a não ‘tenha qualquer quebra de laços familiares’, dizem os demagogos.
Contudo as vítimas de tais reclusos, que tenham sido mortas por tais agressores/criminosos, nunca jamais virão a ter visitas íntimas, nem todos os direitos que lhe foram amputados definitivamente.
Assim, o politicamente correcto é dar óptimas condições de vida a quem não merece, enquanto os não infractores têm de pactuar com todas estas arbitrariedades, que constantemente lhes são impostas, como no caso vertente.

José Amaral


Os "penas" d´ouro



Os penas de ouro

29 AGO 2017 / 02:00 H.






    Há pelo país fora, uma data de escritores domésticos, que se alistam por carta, para constar nas redacções de jornais, e aguardam serem publicados. Penso que a ideia básica, é tais alinhadores de palavras, formarem um pensamento que contenha uma ideia forte e credível. Então à falta de tal ideia, o pensamento escoa-se e começam a alinhar palavras a torto e a direito, contra o actual governo e a sua “inédita” base de sustentação, chamando-lhes alguns, colo de esquerda. Facilmente se verifica que tais cartas de tão afamados escritores caseiros ou de mesa de café, ou após saírem do barbeiro, se identificam com a política de direita, e até, reaccionária de tão suspeita. Pegam de marcha à ré, e vão repescar a governação anterior, para atribuir-lhe os feitos e grandezas que este governo de António Costa (AC) está a implementar. Tudo quanto o António, faz de bom, é oriunda ou é herança do Pedro, a quem já articulistas de renome disfarçam, chamando-lhe, Peter. Eu até acrescento para maior brilho, Peter Steps, ao jeito de taberna. Se A.C aumenta os reformados, é por causa das autárquicas. Se melhora as condições de vida no geral, é tomado por medidas eleitoralistas e populismo latino. Se corrige erros do passado na função pública, rectifica colocações na docência, repõe condições na Justiça, descongestiona na Saúde, promete diminuição da carga fiscal, aqui del-rei, que o 1ºministro anda à caça de votos. Se o Emprego baixa é por causa das Exportações e do Turismo. Porém se há fogos, como nunca na vida os viu, e os há sem tanques d´água cheios, nem Tancos d´armas vazias, só pode ser por graça, obra e chama atiçada por António Costa, que se defende sob o capacete da geringonça. Já sobre a mediocridade de Pedro e dos seus passados passos desequilibrados de difícil estabilização e normalização, os “cartistas” identificados, que se pronunciam no espaço que lhes é possibilitado, nada escrevem, e omitem tudo aquilo que o governo anterior, podia e devia ter feito, ou pelo menos terem aberto caminhos e aceiros de projectos inovadores, que aliviasse e permitisse que a floresta de tarefas que ficaram por fazer, ou mesmo bloqueadas, não caísse sobre quem os rendeu por acto eleitoral, e desse modo pudesse agora reivindicar, que o sucesso da política actual lhe fosse atribuída, e facilitasse aos “penas d´ouro” e escritores de cartas com tempo, e a carteira mais composta com um quê de fraude- com que Pedro acusa Costa de andar a enganar os portugueses- a exposição da sua frustração, por a geringonça ainda se manter na marcha à frente, a coleccionar êxitos e... azedumes - Como se vai lendo nas opiniões de alguns especialistas na crónica e na má-língua, e outros de banco de jardim, que fazem por isso, no espaço do leitor!

    *(hoje publicdªno DN.madª)



    Incêndios - flagelo ou negócio?



    De acordo com o PORDATA, em 2015 houve 15.851 Incêndios florestais em Portugal, contra os 2.349 registados em 1980, sendo que no período compreendido entre 1980 e 2015 se registaram um total de 350.445 incêndios, oque implicaram um total de 2128.684 hectares ardidos. 

    https://www.pordata.pt/Portugal/Inc%C3%AAndios+florestais+e+%C3%A1rea+ardida+%E2%80%93+Continente-1192 

    Nesse período, o governo em Portugal alternou entre PS e PSD/CDS, pelo que é mais que esfarrapada a desculpa de que a responsabilidade é do governo anterior. 

    A culpa tem de deixar de morrer solteira, e muito menos virgem, no que nunca foi um flagelo, mas sim um negócio. 

    Basta ver que uma hora de um helicóptero Kamov custa 35.000 euros que bem empregues certamente teriam outros resultados !!! 

    É urgente: 
    1) Que se tomem MEDIDAS PREVENTIVAS para que futuros incêndios não tenham as consequências dos últimos, nomeadamente o de Pedrógão 
    2) Que se tomem medidas para IMPEDIR o REAPROVEITAMENTO da MADEIRA QUEIMADA para efeitos comerciais 
    3) Que sejam feitas cumprir PENAS DE PRISÃO EFETIVAS para QUEM ATEIA fogos e para os respetivos MANDANTES 

    Vêem assim e pela presente os signatários solicitar à AR a nomeação de uma comissão multipartidária com debate aberto e receção/auscultação de toda e qualquer pessoa, singular ou não, que possa contribuir para que de uma vez por todas Portugal seja um país verde e não castanho enegrecido. 

    Da mesma forma se solicita ao Exmo. Sr. Presidente da República que ponha todo o peso institucional do cargo que ocupa na defesa de um bem que é de todos, a floresta. 

    O saber engagé


    O Público de 28 de Agosto inclui um artigo assaz curioso do Prof. Pita Barros que, logo no título, interroga: o que queremos? Sem duvidar da qualidade da dissertação e do saber do autor, pareceu-me que se limita a assinalar a grande importância alegadamente dada à redistribuição de rendimentos, desvalorizando-se, em contrapartida, a necessidade de discutir melhorias da produtividade. Concede que, havendo mais receitas fiscais, concomitantemente com menos despesas públicas (em apoios sociais), se pode fazer mais redistribuição. Era o que mais havia de faltar que alguém dissesse o contrário!

    No resto, somos conduzidos à sacramental ideia de que, para redistribuir, é preciso, antes, produzir mais. Nada de mais populista. Redistribuir é, por decorrência gramatical, distribuir de novo, fazer “outra” distribuição. De quê? Do que já existe e já foi produzido, que não estamos a iniciar a vida e o mundo. E quase concordo com o autor: “quando se fala em redistribuição, haverá um grupo claro que beneficia”; mas que me seja permitido acrescentar que, quando não se fala dela, há um “outro” grupo a beneficiar. Ou não? Se nos ficarmos pelos ganhos na produtividade, bem sabemos quem, sistematicamente, se apropria deles.

    Público - 31.08.2017

    segunda-feira, 28 de agosto de 2017

    We shall overcome

    Era a palavra de ordem para uma marcha cívica até Washington “pelo emprego e pela liberdade” agendada para 28 de agosto de 1963. Nesse dia, um homem negro, entroncado, de bigode fino, olhava o sol da manhã. Era um pastor da Geórgia e o seu nome era o último da lista de oradores- Martin Luther King.
    Cerca de 90 mil pessoas aglomeravam-se diante do Lincoln Memorial. Chegou a vez dele falar e, compassadamente, disse à multidão que por todos os Estados Unidos o ouvia:
    “Eu tenho um sonho: que um dia, nas colinas vermelhas da Geórgia, os filhos dos escravos e os dos velhos senhores se possam sentar juntos à mesa da fraternidade; que um dia os meus quatro filhos vivam num país onde não sejam julgados pela cor da sua pele, mas pelo seu carácter.
    Quando deixarmos que a liberdade ecoe em cada cidadezinha e em cada cabana, em todos os Estados e em todas as cidades, poderemos apressar a chegada do dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar juntos as palavras do velho espiritual negro “Livres finalmente”! Graças a Deus Todo-Poderoso, estamos livres finalmente!
    A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça para a justiça em todos os lugares. Estamos presos numa rede de reciprocidade, da qual não se pode escapar, ligados por um mesmo e único destino.
    Dizem que alguns de nós são agitadores… Eu estou aqui porque amo os brancos. Enquanto os negros não forem livres, os brancos também não são livres. Eu amo o meu país.
    Pode ser verdade que é impossível decretar a integração por meio da lei, mas pode-se decretar a não-segregação; pode ser verdade que é impossível legislar sobre a moral, mas o comportamento pode ser regulamentado; pode ser verdade que a lei não é capaz de fazer com que uma pessoa me ame, mas pode impedí-la de me linchar”!

    Nota - Deve-se ao apontamento da Drª Graça a transcrição que faço de partes do célebre discurso daqele grande líder negro; isto por ser demasiado extenso para “comentário”…

    Amândio G. Martins


    I HAVE A DREAM...

    "I have a dream..."
    Eu tinha meses quando em 1963 este discurso foi proferido...

    Hoje, na viragem dos 54 anos deste que foi um discurso que me marcou e que faz parte da minha identidade social, relembro o dia em que Martin Luther King brindou o mundo com uma enorme " peça de oratória democrática, e não marketing político".
    ...
    Tanto que os nossos pseudo políticos de pacotilha feitos a martelo teriam a aprender se soubessem ler a essência deste e tantos outros "sonhos" que foram pontos de viragem nas sociedades modernas.

    Partilho, porque a memória é um bem precioso e corre sérios riscos de se desvanecer.

    ATÉ AMANHÃ!

    "Até amanhã!". É sempre "até amanhã." O recolher a casa, depois do trabalho, depois do shopping, nada mais em perspectiva. Os dias não vividos. A noite em frente à TV. O contrário da vida. Onde está Dionisos? Onde está o deus que dança? Onde está a alegria autêntica? Nada. Só os dias cumpridos. Não há explosão. Não há fogo. Não há vinho. Vão matando as crianças. As brincadeiras das crianças. Vão matando a juventude na obrigação, no emprego. É a morte da poesia, da filosofia. A morte da Criação. A morte. "Até amanhã". Nada de novo. Não há mais nada. Não há mais vinho. Paz e sossego. Morte. Os dias iguais que se repetem. A rotina. O tédio. Morte. Eles deram cabo de vós. Devoraram-vos a alma e o espírito. "Até amanhã". O dia está morto. Não há fogueiras. Não há xamã. Só consumo e trabalho. E morte e doença. "Até amanhã". Vamos todos morrer hoje. Não há celebração. Não há vida. Vamos todos morrer hoje.
    “Olharápios”

    O par com quem tu te deitas
    Não é nem  assunto deles;
    Mas mentecaptos espreitas
    Mostram as suas maleitas
    Ao seu jeito sempre reles.

    Espreitam na fechadura
    Para ver o que tu fazes;
    Grande é a sua aventura
    Poder ver sem “compostura”
    Raparigas ou rapazes…

    Deita-te com quem puderes
    Na tua intimidade;
    Sejam homens ou mulheres
    Faz o que bem entenderes
    Sem dar troco à maldade.

    Puritanos sempre iguais
    Ninguém quer as vossas lições;
    Sois obcecados sexuais
    Que vos pelais por bacanais
    E sempre fostes aldrabões!

    Amândio G. Martins


    sábado, 26 de agosto de 2017

    A Altice/PT é inverdadeira

    As reiteradas falhas no sistema de comunicações SIRESP, da Altice/PT, sendo uma PPP, é justificação mais que suficiente, para denunciar (já) este contrato. Esta rede de emergência não deve ter nenhum objectivo de lucro. O colapso do SIRESP foi repetido e causador de inúmeros e graves constrangimentos. A evidência no caso de Pedrogão Grande deve responsabilizá-la pela mortífera catástrofe. Na RTP2, um administrador da PT disse: «A PT não falhou com o SIRESP»(!). É preciso ser e ter enorme cara de pau, para afirmar tão grosseira inverdade!, que todos os
    portugueses viram. Revoltante e indigno. A pesada multa que o Governo irá aplicar à PT, no valor de 1 milhão e 400 mil euros, desmente-o e reflecte as falhas, as faltas e as interrupções que a rede SIRESP teve, enquanto lavrou a violência dos incêndios.
    Exige-se que esta rede de emergência labore com competência e no cumprimento escrupuloso das suas obrigações contratuais. É para isso que recebe centenas de milhões de euros!, do (nosso) erário público.

    Vítor Colaço Santos

    Público - 30.08.2017
    Expresso - 02.09.2017

    Animais de estimação

    A imagem pode conter: gato


    Já tivemos periquitos, pombos – a Ritinha e o Serafim –, e hamsters. Mas, cães e gatos são o nosso forte.
    O Galileu – saudoso caniche, preto com uma pequena mancha branca –, morreu com 14 anos de idade, deixando-nos muito tristes.

    A Teca sucedeu-lhe. É uma podenga, que connosco está desde 2005 e também é muito nossa amiga.

    A Nina, a gata siamesa mais esperta das redondezas, pela qual nutríamos especial carinho, deixou-nos há muito pouco tempo, num vazio de enorme saudade.
    Temos também vários protegidos, entre cães e gatos, e a Boneca é uma cadela sem-abrigo, à qual aplicamos uma injecção de meio em meio ano para não ter mais filhos, porque já teve muitos.
    Presentemente, no nosso habitat familiar, há três gatos: a Tucha e o Sortudo, que eram uns sem-abrigo, mais o Brilhante II.
    A Tucha, com as cores de arlequim, continua muito arisca, apesar do bom trato que lhe é dispensado; o Sortudo, um simpático gato por excelência, escolheu os donos e eles bem o acolheram.
    O Brilhante II é um majestoso gato amarelo, que já passou graves dissabores nas suas sete vidas, pelo que deve ter somente metade dessas mesmas vidas.
    O Brilhante I foi um gato que nossos pais tiveram, pelo que o Brilhante II, de igual cor, assim foi cognominado em memória desse passado que quisemos ‘perpetuar’ no presente das nossas vidas.
    José Amaral
    Umas bestas!

    Tive dois filhos e, por eles e pela mãe, fui muitas vezes à praia, que detesto, e almoçar a restaurantes ao fim-de-semana, que também não “curto”, neste caso porque a minha actividade profissional me obrigava a fazer a maior parte das refeições fora de casa.
    E nunca aceitei o “à vontade” com que muitos pais permitem e desculpam as “alarvidades” das suas crias, usando expressões como “são crianças”, quando algum reparo lhes é feito; é verdade que são crianças, mas os pais já não têm desculpa para se comportarem como tal!
    Acompanhei pelo jornal aquele caso da miúda do Porto que ficou gravemente mutilada num restaurante, porque aqueles pais de merda a deixaram solta, correndo por entre as mesas, incomodando todo o mundo e entrando numa zona interdita, de que resultou ter chocado com uma empregada que transportava uma panela com líquido escaldante, ficando as duas queimadas.
    E aqueles pais irresponsáveis ainda processaram o restaurante, que foi condenado a pagar uma indemnização absurda; e a criança, hoje adolescente, ainda sofre as sequelas do comportamento “criminoso” de quem a pariu para o mundo.
    Isentar aquela subespécie de pais, como fez o juíz que condenou o restaurante, causou-me estupefacção, porque conheci muitos casos que só não deram tragédia por acaso, sem que os restaurantes tivessem forma de se defender, a menos que afixassem à porta “proibida a entrada a crianças”!
    De facto, que espécie de gente é esta que se arroga o direito de soltar os filhos numa sala de refeições pública, correndo por entre as mesas e abanando-as, entornando comida para cima das pessoas, chocando com empregados que transportam travessas de comida quente, e não têm outra coisa a dizer que não seja “são crianças”?!
    Foi a “opinião” da jornalista do JN, Margarida Fonseca, com o título “Soltos”, na página “Praça da Liberdade” de hoje, 26 de agosto, que me espoletou o texto acima. Transcrevo do seu escrito: “O restaurante estava cheio, os empregados, numa roda-viva, traziam perigos pelos braços.  Perigos para quem está fora do alcance dos seus olhos. Da cozinha vinham sopas, tachos, xícaras”.


    Amândio G. Martins

    DO AMOR, DA LIBERDADE E DA POESIA

    Ganhe ou não mais fama, nunca deixarei de ser o homem à mesa, o poeta à mesa. Desde os tempos do "Estrela", do "Aviz", do "Ceuta", do "Piolho" no Porto ou da "Brasileira" e do "Astória" em Braga. Verdade seja dita: é desejável manter um certo anonimato, passar despercebido, não dar nas vistas. Ontem e anteontem já me apetecia cavalgar o "sucesso", assustar o cidadão comum. Mas ainda não é desta que me sinto com forças, ainda não é desta que me vou apoderar do castelo, embora vislumbre claramente o jogo, a máfia dos poderosos, a mesquinhez da maioria dos pequenos. Olho as mulheres. São mais dóceis, mais inofensivas, à primeira vista. Giovanni Papini fala na Mulher-Messias para que a redenção fique completa. De facto, foram as mulheres que melhor compreenderam Jesus. No fundo, o mundo pouco mudou desde há 2000 anos a esta parte. A diferença está na tecnologia. Ao nível afectivo, até regredimos. Houve, claro, grandes filósofos, grandes poetas, mas a mentalidade geral não evoluiu, antes pelo contrário. Continuamos a acreditar em crendices, continuamos agarrados ao poder e às riquezas. Não nos aproximamos do homem total, do homem criador, do Super-Homem. Só alguns homens e mulheres de génio o lograram alcançar. Os outros, a grande maioria dos outros, coitados, continuam por aí a pastar e a repetir-se. De facto, deveria fundar um movimento novo, um movimento político-poético-espiritual. O que eu digo vem de Sócrates, Platão, Jesus, Marx, Bakunine, Dostoievski, Papini, Henry Miller, Nietzsche, Jim Morrison, Sartre, Guy Debord, Camus, Vaneigem, Marcuse. O que eu digo vem dos grandes. Vem dos céus. Não sou da economia. Sou do amor, sou da liberdade, sou da poesia.

    O folhetim William



    O folhetim William

    26 AGO 2017 / 02:00 H.






      Sai, não sai. Vai não vai. Fica até ver, e mais cifrão menos cifrão logo se verá. A questão parece-me é que nenhum clube de topo quer verdadeiramente, o “fabuloso” estratega do SCPortugal. Excepto, se o clube interessado, e que avança com proposta de aquisição do jogador, não hesita muito e o dinheiro aparece aos milhões, uns atrás de outros. William Carvalho, não tem potencial técnico superior para estraçalhar defesas, rebentar com balizas, e correr como um desalmado, incapaz de ser detido. Joga lento, de passe lateralizado e só por vezes em profundidade, mas não é atleta de área e não tem golo. Ora estas características num jogador que pretende integrar um plantel de topo e numa Liga de nomeada, quando não existem, o jogador vale pouco. Numa Liga inglesa só uma equipa menor, de nível secundário, pode mostrar interesse, e partir para o contratar. Mas o actual clube do leonino light, julga que tem ali um leão feroz, e mia como quem ruge, que pretende umas dezenas de milhões, acima do que o pretendente está disposto a pagar. Por estas e por outras é que o médio do Sporting, ainda não fez as malas, embora se adivinhe que as tenha preparado e junto à porta de saída. Mas isso é cenário que dura já há bastante tempo. Se é um caso de teimosia por questões de mais ou menos milhão, o certo é que demasiado adiamento em o despachar só resulta em prejuízo para ambas as partes. Mas o Bruno do sopro negocial, é que sabe. Para onde quer que o jogador vá, julgamos que ele se fizer uma dezena de jogos, já será assinalável. A ver vamos!
      *(hoje no DN.madª)