Será por certo um exercício, no mínimo curioso, analisar a posição actual do PCP e dos “seus” Sindicatos, quando ambos em nada mudaram desde que “legalmente “ existem, e, talvez assumir que se porventura mudassem, acabariam.
No caso do PCP, ficou sempre aquele “pensamento” de solidariedade com as ideias da União Soviética, o que faz com que hoje não estranhamente, parabenizem Maduro pela sua “suposta” vitória nesta trapalhada de eleições para a Constituinte, estejam próximos dos
intentos da Correia do Norte, sintam “amizade” com Cuba.
E são tempos diferentes, “antes” em que coexistiam de facto dois “blocos”, supostamente antagónicos, e o PCP pertencia a um deles, hoje isso, bem ou mal - ao menos tínhamos definições claras do que cada um pensava, hoje é uma desarrumação total- já não existe.
E, hoje, quiçá muito negativamente, mas de facto não se sentem as diferenças que campos opostos propiciavam, mais no papel que na realidade, mas que no aspecto de proveito individual ou bem colectivo, eram discutidas, presentemente já nem isso!
Logo ficou-se num tempo que não é o de hoje, já passou, e não vai voltar, mas a repetição de procedimentos humanos vai acontecer, e essa seria a nova oportunidade a defender, ou não!
E quanto aos “seus” Sindicatos, e apesar de estarem “agora” um pouco mais recatados com este actual Governo, sempre que põe as “garras de fora” - e vão-no fazendo, apesar de tudo - são/estão na mesmíssima posição de há 40 anos, sendo que nessa altura era a única direcção
possível e até indispensável ser seguida, mas hoje, tudo mudou.
E hoje modificou-se - totalmente - a figura e o conteúdo do trabalho e das relações laborais, logo, não parece ser o mais indicado estar-se, ainda, sempre e só a pedir – no caso “exigir” – mais “dinheiro e segurança no emprego para a vida”. Mas, talvez devesse ser pedida - não reivindicada- mais formação, mais transparência, mais respeito pelos tempos de trabalho, mais reuniões internas entre as hierarquias das várias empresas e instituições e os vários patamares de hierarquização dentro dessas organizações.
Defender não as incompatibilidades, mas e em vez disso, apostar num futuro com mas futuro para todos.
E isso por certo, com uma comunicação constante e pré-definida entre empregados e empregadores, mas não unicamente no âmbito de mais salário, mas antes em mais qualidade no trabalho, melhor ambiente de trabalho, mais respeito por todos e cada um, mais formação permanente, melhor qualidade e não só quantidade!
Mas se estas mudanças acontecessem quer no PCP, quer nos seus Sindicatos por certo haveria o risco de ambos colapsarem, dado que existem por não mudarem! Ou não!
Augusto Küttner de Magalhães
Curioso o seu texto... a manutenção do escopo das suas reivindicações ( estabilidade na vida e portanto no trabalho, embora o Augusto lhe chame "emprego para a vida")...
ResponderEliminarExactamente no mesmo dia, João Miguel Tavares, no PÚBLICO, escreve sobre "os dois PCP", internamente e "lá fora". E conclui que te que ser assim para não colapsar ( mais ou menos isto).
Pergunto: nesta contemporaneidade estará o PCP (e os seus sindicatos) "condenado" a tacticamente ambivalente" ou... "colapsar"? Ou, "os tempos são de fim" de alguma "coisa" e só estão a resistir (utopicamente, mais uma vez?...)? Isto daria um bom debate de ideias.
Claro que:
ResponderEliminar"os tempos são de fim" de alguma "coisa" e só estão a resistir (utopicamente, mais uma vez?...)
E houve tempos em que imaginávamos algo a "ter fim", como a Queda do Muro de Berlim.....e hoje????