domingo, 6 de janeiro de 2019

O lamaçal alexandrino

Nem um rato pariu o processo, disse o advogado de um dos acusados na Operação Labirinto, após a leitura da respectiva sentença. Em tempos, alguém tão qualificado como o juiz Carlos Alexandre caracterizou este processo em torno dos vistos gold como um autêntico lamaçal, dada a quantidade de provas que, de tão sólidas, só poderíamos esperar pesadas condenações. Razão tem Manuel Carvalho no editorial do PÚBLICO do passado sábado a que deu o simbólico título “Lição sobre os perigos de uma justiça justiceira”. A sanha persecutória de alguns profissionais da Justiça, usando e abusando da prova indiciária, pode levar a tais ridículos, porque este tipo de prova se baseia no “parece” e, como sabemos, nem tudo o que parece é.
Não quero crer que a badalada competência - de que não duvido - da antiga Procuradora-Geral da República, em funções ao tempo da organização do processo, se resumisse a dar roda-livre aos “justiceiros”, alguns tão encandeados pelas luzes de certas ribaltas que apenas vêem o que só existe nas suas próprias cabeças. Para embrulhar o ramalhete, só faltava mesmo a menção dos juízes no seu acórdão final: “Este tribunal não faz fretes a ninguém”. Porquê? Há tribunais a fazê-los? Público - 08.01.2019


2 comentários:

  1. Como disse Inês Cardoso, no JN, "sentir necessidade de dizer aquilo acaba por lançar a dúvida sobre outros colegas e tribunais"...

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  2. Talvez não interesse para nada, mas o facto é que as "bocas jurídicas" vieram de dois magistrados judiciais. Dos do Ministério Público nem uma só. Neste caso.

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