-*(in DN.mdrª-31/05 + CMªrsmdo)
Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
sábado, 1 de junho de 2019
Analistas de bancada
Agora saem da toca, e antes de rumarem aos bancos do jardim, e meterem-se à conversa com o parceiro do lado, que já por lá está e se estende ao comprido. Conversam e fazem análise sobre o acto eleitoral. Sabem como ninguém a causa de tal abstenção. Estão ao nível do inteligente, que após o jogo, e sabido o resultado, dão o seu parecer técnico e científico. E até comentam um outro inteligente, residente em Belém, que disse que podia ser pior e temia que a abstenção ultrapassasse os 75%. E que se o sabia assim tão bem, culpam-no então por ter feito tão pouco para a combater. Absteve-se de o fazer - dizem os analistas de bancada, agora sentados e à conversa. Não faltam escritores de cartas, comentadores encartados, convidados para debate nos média, especialistas vários, politólogos omnipresentes, a apresentarem a sua tese sobre as europeias e o fracasso nacional da participação do zé- povo, que preferiu ficar à sombra verde, ou ao sol da praia e das brasas contributivas, que por lá se passeiam e metem o pezinho na água. Agora todos têm opinião com assinatura nos jornais, emitida antes de irem até à mesa da sueca, mas depois de se abster de comparecerem na mesa de voto. Quem foi e não foi votar, eis a questão. Nem velhos nem novos se incomodaram com a sua Europa, que é mais dos outros. Que venha é o dinheiro - esmola da reforma e o subsídio que estão demorados. Os ricos não exerceram o seu direito a votar e partiram para lugar bem-bom, e os pobres, alguns, e remediados, muitos, arrastaram-se até às assembleias alfabéticas e descarregaram a sua preferência como acharam adequado. Feitas as contas, muito pouco benefício para tão grande maçada. Bem fizeram os que ficaram em casa, por entre a tralha chinesa, que para caco Vista Alegre não dá, e muito menos para dinastia Ming - o Berardo que o diga, que para nós o rendimento não dá para comprar melhor e pregar na parede ou decorar a mesa, a de cá de casa, sem pão e sem perspectivas de qualidade de vida maior!*
-*(in DN.mdrª-31/05 + CMªrsmdo)
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