“Es de bien nacidos ser agradecidos”...

...Dizia um dia destes o espanhol Pablo Iglésias, líder do “Podemos”, reivindicando a Pedro Sánchez fazer parte do próximo governo, sem o que ameaça não votar a investidura do líder socialista, a quem o rei Filipe VI encarregou de formar governo, após ouvir todos os partidos; Pablo Iglésias apresenta assim a “factura” de ter apoiado Sánchez na “moção de censura” a Rajoy, como se num país tão complexo de gerir como este nosso grande vizinho se pudessem colocar as coisas em termos tão simplistas.

Acresce que  “Podemos”, para além de já ter perdido “escaños” nas eleições de abril, foi “arrasado” nas de maio, perdendo muito do poder que detinha nas autarquias e regiões; e não somando com o PSOE maioria no Congresso, Sánches terá, de qualquer forma, de recorrer a partidos catalães com assento aí, para não ficar sujeito aos humores da Direita, que espera isso como pão para a boca para correr com ele da Moncloa.

“Quien todo lo quiere, todo lo pierde”, e Pablo Iglésias, curiosamente o mesmo nome do fundador do centenário “Partido Socialista Obrero Español”, andará avisado em contentar-se com acordos pontuais para a governação, sem exigir lugares no governo, como vem insistindo - dizendo que a única garantia de que haja políticas progressistas é “Podemos” estar no Conselho de Ministros - sob pena de, provocando novas eleições, ficar ainda mais encolhido do que agora está, até por força de vários problemas internos que vai ter dificuldade em resolver...

Amândio G. Martins