segunda-feira, 31 de agosto de 2020

"Parabéns" RATAZANA"!

 Com as aspas e as maiúsculas intencionais, assim "saudaram", em Minsk, o aniversário do  ditador Lukashenko, milhares de bielorussos. Junto-me a eles. Podia ter sido "põe-te a andar RATAZANA" mas foi muito melhor com o contundente e ironico grito, não tenho dúvidas!

Fernando Cardoso Rodrigues

Mário Sacramento


 

Mário Sacramento nasceu em Ílhavo, em 7 de Julho de 1920. Morreu relativamente novo, em Março de 1969, no Porto.

Foi um destacado resistente antifascista e militante do Partido Comunista Português desde jovem. Estudou Medicina em Coimbra e depois em Lisboa, onde se licenciou em 1946. Depois obteve em Paris uma especialização em gastroenterologia. Era um profundo humanista e no exercício da medicina era chamado «médico dos pobres». Foi também escritor, ensaísta, crítico literário neo-realista, dramaturgo e colaborador de vários periódicos.

Desde tempos estudantis foi um activo antifascista, sendo preso pela primeira vez com 17 anos. Foi membro do Movimento de Unidade Democrática Juvenil e fez parte da sua direcção central. A sua luta contra a ditadura provocou que fosse preso cinco vezes, em Caxias e no Aljube.

No primeiro Congresso Republicano, realizado em 1957 em Aveiro, foi secretário-geral e fundamental nas intervenções. Embora tenha preparado com afinco o Segundo Congresso, no mesmo não participaria por se ter verificado o seu falecimento.

Deixou uma mensagem escrita para ser lida após a sua morte, lembrando o seu combate contra o fascismo e as perseguições sofridas: «Fiz o que pude para me libertar, e aos outros, dele. É essa a única herança que deixo aos meus filhos e aos meus companheiros. Acabem a obra. Derrubem o fascismo, se nós não o pudermos fazer antes! Instaurem uma sociedade humana! Promovam o socialismo». Terminava com um último apelo: «Façam o mundo melhor, ouviram? Não me obriguem a voltar cá!».

Apesar de tentativas anteriores, só depois do 25 de Abril de 1974, o nome de Mário Sacramento é dado a avenidas e ruas em Aveiro e Ílhavo, e também em Brandoa e Setúbal, bem como a um agrupamento de escolas e escola secundária em Aveiro.

A Organização Regional de Aveiro do PCP promoveu no dia 4 de Julho uma sessão comemorativa do centenário do seu nascimento, no Museu Marítimo de Ílhavo e com a presença de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP. Na Festa do Avante, no espaço de Aveiro, o centenário de Mário Sacramento é assinalado numa exposição.   

 

Público • Segunda-feira, 31 de Agosto de 2020 (AKM)

 

Os ciclistas e as regras de trânsito

 

(...) Um ciclista não polui com combustíveis, o que é muito positivo, e até tem o benefício próprio de fazer exercício físico.

 

Mas não haver, ou não serem respeitadas as regras mínimas de trânsito nas ruas e estradas, talvez não seja adequado.

Houve um tempo — com muitas “realidades” muito más, ao qual poderemos desgraçadamente, hoje, facilmente voltar! — em que para se “andar” de bicicleta tínhamos de ter “carta”, algo simples de adquirir, mas era útil, dado que ensinava o mínimo dos mínimos sobre como circular na via pública.

 

Hoje não parece haver algo idêntico. (...)

 

Talvez só devessem circular pelos passeios as crianças, e nunca os adultos como tanto acontece.

 

E, a passagem rua/passeio, passeio/rua como se fosse “tudo igual” não deveria “poder suceder” — mas é algo que com excessiva frequência se verifica e com todos os perigos que aporta, mormente aos peões e mais ainda às crianças e aos velhos, mas não só!

Bem como não se respeitarem semáforos vermelhos, passadeiras, sentidos de trânsito, ou circular de noite sem iluminação (...)

 

Augusto Küttner de Magalhães

Porto

Os fins e os meios

 

Os fins e os meios...

 

 

Se uma vez tem graça, repetida pode causar desgraça; e a forma como o chefe do Governo coloca perante a Esquerda a questão do próximo Orçamento, começa a parecer chantagem – e já dizia o “inesquecível” Salazar que, em política, o que parece é – que é sempre uma coisa nada bonita, por muito que se trate de questão política, onde quase tudo se vem tornando permitido, por esse cada vez mais estranho mundo.

 

E concordo plenamente com o que disse o PR, que uma crise política é do que menos precisamos, sobretudo num momento de tantas incógnitas, mas também não discordo da forma como Catarina e Jerónimo responderam à “provocação” – deixando claro que não dormem em serviço – até porque me parece que pode ser bem mais produtiva uma “negociação” em termos, do que tentar “encostar à parede” aqueles de quem precisa...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

 

domingo, 30 de agosto de 2020

Coisa horrível

 

Que coisa horrível!

 

 

Ter um crematório de corpos humanos a deixar passar para a comunidade à volta cheiro insuportável e até partículas da incineração, numa cidade como Braga, mas fosse onde fosse, é completamente inadmissível; todavia, apesar das queixas lancinantes dos moradores das Enguardas, onde está instalada a coisa, a Câmara responde que vai avançar com um estudo ambiental.

 

Então isso não deveria ter sido feito antes, sabendo-se que uma tal instalação larga fumos e odores; e como foi possível implantar ali um forno assim, com habitações a poucos metros, parece coisa de campo de concentração nazi, tanto mais que aqueles cidadãos nem podem receber visitas de familiares e amigos, que se recusam o pôr lá os pés!

 

 

Amândio G. Martins

sábado, 29 de agosto de 2020

Trágicas similitudes

 

Similitudes...

 

 

Do poeta Cesário Verde, transcrevo parte de um poema que falava de algo semelhante ao que agora experimentamos, mais localizado mas sem os mesmos meios:

 

Nós

 

Foi quando em dois verões, seguidamente, a Febre

E o cólera também andaram na cidade,

Que esta população, com um terror de lebre,

Fugiu da capital como da tempestade.

 

Ora, meu pai, depois das nossas vidas salvas,

(Até então nós só tivéramos sarampo)

Tanto nos viu crescer entre uns montões de malvas

Que ele ganhou por isso um grande amor ao campo.

 

Se acaso o conta, ainda a fonte se lhe enruga:

O que se ouvia sempre era o dobrar dos sinos;

Mesmo no nosso prédio, os outros inquilinos

Morreram todos. Nós salvámo-nos na fuga.

 

Na parte mercantil, foco da epidemia,

Um pânico! Nem um navio entrava a barra,

A alfândega parou, nenhuma loja abria,

E os turbulentos cais cessaram a algazarra.

 

Pela manhã, em vez dos trens dos baptizados,

Rodavam sem cessar as seges dos enterros.

Que triste a sucessão dos armazéns fechados!

Como um domingo inglês na city, que desterros!

 

 

Transcrito por Amândio G. Martins

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

O acessório e o essencial

 

Quando o acessório confunde o essencial...

 

 

Na sequência de umas palavras “mal ditas”, que uns canalhas aproveitaram mandando às malvas a ética, a Ordem dos Médicos pediu ao chefe de Governo uma audiência, no decorrer da qual ficou claro para aquela organização dos médicos que o que Costa disse não é o que pensa da generalidade da classe médica, como a mim me pareceu que tinha ficado claro também no tal vídeo canalha, pois referia-se a dois ou três que não teriam cumprido.

 

Estranhamente, depois de chegar a casa, o Bastonário desatou às “bastonadas” a Costa, escrevendo aos seus representados que o primeiro-ministro, na conferência de imprensa, não transmitiu fielmente aquilo que antes tinha reconhecido, não revelando a mensagem de retratamento da mesma forma enfática que antes tinha feito.

 

E eu ouço e leio, e tudo isto me parece uma birrinha sem nenhuma substância, que não serve para mais nada que não seja alimentar artificialmente o prolongamento de uma contenda, que poderá ser muito útil para encher páginas de jornais, mas não resolverá nenhum dos problemas que é preciso combater no SNS...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

 

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Gente que não se distingue do lixo

 

Gente que não se distingue do lixo!...

 

 

A pandemia levou muitos veraneantes a correr para o interior do país, na ânsia de poder desfrutar daqueles locais paradisíacos, de que Portugal foi muito bem servido pela natureza, mas que bem dispensavam muita daquela gente que, por onde quer que passe, deixa sempre um rasto de imundície.

 

“Lixo por todo o lado” – diz no JN um activista do projecto “Gerês Seguro”: Há lixo que se acumula junto dos ecopontos e recantos naturais, que usam como se fossem retretes; à primeira vista, parece que não se vê muito lixo, mas bastam umas voltas às rochas para se descobrirem as latrinas bem visíveis.

 

E este comportamento parece não ter melhorado nada -  digo eu -   já que, geração após geração, nem um grau bastante mais elevado de instrução parece resolver, o que me leva a pensar poder ser um defeito genético dos latinos, porque também vejo com frequência ser mostrada e denunciada nas televisões espanholas a mesma javardice...

 

 

Amândio G. Martins

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Portugueses na construção de Brasília

 

Portugueses na construção de Brasília...

 

 

Um recente texto do professor Orivaldo, de homenagem a Kubitchek de Oliveira, puxou-me a curiosidade para reler o que sobre aquela capital do Brasil havia dito o “nosso” professor Agostinho da Silva, estudioso com muitos anos de Brasil, numa entrevista publicada pelo ICALP no livro “Dispersos”.

 

P -Esteve em Brasília, na altura da construção?

 

R- Estava lá, andei por lá e depois fiquei por lá ainda uns tempos. E posso dizer-lhe que Brasília foi a coroação de todos os  movimentos portugueses para a construção de um Brasil. Foi a última coisa que os portugueses fizeram. E já vou justificar.

 

P-Mas Brasília foi uma construção de Kubitchek! Não foi ele que avançou com a ideia?

 

R-Pois, é claro, mas o Kubitchek era brasileiro e o facto de ter um sobrenome checo não significa nada. O Brasil amolda as pessoas. Todo o estrangeiro que chega, ao fim de uma ou duas gerações é brasileiro. O que houve é que o Português procurou sempre alargar o Brasil e vê-lo de uma forma racional. É do século XVIII, e não de 1950 ou 60, a ideia de criar uma capital que não fosse, como se dizia, caranguejando pela costa.Uma capital que não tratasse só do Brasil litoral, que tratasse de toda a extensão do Brasil, do litoral aos Andes. Portanto, pôr a capital mais ou menos no centro. Realizar isso era extremamente difícil por todas as resistências das pessoas que queriam continuar ao longo da costa, por toda a dificuldade de penetrar no interior.

E qual foi o grande mérito de Kubitchek? Foi ele que ousou, sozinho, lançar a ideia de ser ele a executá-la. Depois de marcar o lugar que seria bom para a capital, um planalto, com boa temperatura e possibilidade de acesso, resolveu-se que a cidade começasse ali. E esta é a razão pela qual Brasília é, fundamentalmente,  uma cruz: é que Lúcio Costa, quanto teve que dizer que a cidade seria naquele local, pegou num plano, como toda a gente faz, e marcou num mapa a cidade com uma cruz.

                                                            (...)

Agora vou dar-lhe um pormenor importante, e esse foi o Lúcio Costa que me disse: quando teve de se fazer a construção de Brasília, o material humano que havia ao dispor era engenheiros e arquitectos -  magníficos! – do Sul do Brasil, e para se lançar a obra, para construír, a gente que vinha era do Nordeste, quase tudo analfabeto, sem nunca ter tido contacto com aquelas técnicas. Então o entendimento entre os dois grupos era extremamente difícil. Aí, disse-me Lúcio Costa, interveio uma força extaordinariamente importante, que se poderia chamar de tradução sumultânea. Houve homens que explicaram aos nordestinos ignorantes o que queriam dizer os sapientes engenheiros e arquitectos. Sabe quem eram eses homens? Eram os mestres-de-obras portugueses lá emigrados, formados por escolas do tipo da Machado de Castro.

 

 

Transcrito por Amândio G. Martins

terça-feira, 25 de agosto de 2020

O 'Expresso' é credível?

 

O periódico 'Expresso', jornal auto-intitulado credível e
deontologicamente irrepreensível - é um logro. Nem foi
sério já que conversas em off the record, que são informações 
que não devem ser publicadas ou divulgadas, não foram respeitadas
por aquela gazeta, quando entrevistou o primeiro-ministro,
António Costa. Em suma: As palavras ditas por este em privado,
já fora da entrevista, jamais podiam vir a lume. Ponto.
Afigura-se-nos que, caso o 'Expresso' (orgão lateral do PSD!) entrevistasse
alguém da cúpula deste partido, temos sérias dúvidas que esta cena
censurável, em condições análogas, fosse divulgada.
Assim sendo, deixarei de comprar o semanário que perdeu a face, a
credibilidade e foi abusador (com a benevolência da palavra).
É também por estas malfeitorias que a imprensa definha...

Vítor Colaço Santos 

Apostila: Se já estava postergado na rubrica, impropriamente chamada
cartas ao director (são artigos de opinião, maioritariamente), agora serei
relegado para a prateleira do ostracismo.
Obviamente que o 'Expresso' nunca publicará esta «carta».


E no fim ganha Alemanha

 

...E no fim ganha Alemanha

 

 

Tropecei sem querer no jogo da final dos campeões, mas só tive pachorra para ver metade, quando percebi que não haveria o festival de golos que deixou o Barcelona feito num oito; fui dormir, que tinha tido um dia cansativo, e só no dia seguinte soube da magreza do resultado, mas ainda assim suficiente para alimentar aquela brincadeira dos onze contra onze e no fim ganham os alemães.

 

Como quase sempre acontece, não esteve ali qualquer equipa portuguesa; todavia, como o desporto é muito mais que bola, algures por esse mundo andava um português à procura de ser campeão, e conseguiu essa façanha pela primeira vez, fazendo subir a bandeira portuguesa no mastro mais alto; para ele, Miguel Oliveira, assim como para o DAC, que há dias também foi campeão, o meu abraço de parabéns e que as suas vitórias tenham sido as primeiras de muitas, num desporto bem perigoso e altamente competitivo.

 

 

Amândio G. Martins

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Não merecem ser deputados


A Assembleia da República está mal 
vista por alguns deputados que não 
honram nem a Nação nem a democracia
nem o serviço da causa pública, para a 
qual foram eleitos. Há ano e meio que 
a AR gastou, para aperfeiçoar o sistema 
de faltas daqueles, a soma de 11 mil euros! 
(Que fariam muita falta à instalada pobreza indigente...)
Estes devem ser modelo, mas não são. Um 
exemplo inqualificável que retracta esta situação
é a do secretário geral do PSD que se ausentou 
do hemiciclo e a sua colega de bancada validou-lhe 
a falta(!). Foram admoestados? Sobretudo aquele 
foi alvo de sanção disciplinar por parte da 
AR ou do partido que representa? Nada!
Os faltosos que validam faltas, transformando-as
como presenças através de reles batota, devem ser 
banidos e, assim, erradicava-se a vigarice! 

Vítor Colaço Santos 

Vivam os SNS e a EUROPA!!

Um azar da "porra" fracturou-me o peroneo e levou-me ao Hospital Universitário de Maiorca, apesar dos conselhos no hotel para que fosse a um privado. Hospital moderno, com atendimento sem "salamaleques" e eficaz. E paguei 0 euros, através do Cartao Europeu de Seguro de Doença.  Agora estou com a perna devidamente " entrapada" e aguardar o vôo de amanhã para o Porto. Grato aos que me atenderam e trataram ( sem eu nunca dizer que era médico). Vivam os serviços públicos de Saúde e.... viva a EUROPA!

Fernando Cardoso Rodrigues

Proteger a sociedade é com eles

 

Proteger a sociedade é com eles...

 

 

A decisão de mandar para casa pessoas que cumpriam pena de prisão por delitos não muito graves, com o objectivo de minimizar contágios em tempos de pandemia, contou com a oposição encarniçada dos partidos mais à direita, que se reivindicam defensores do cristianismo mas nada compassivos, não por qualquer razão séria que o pudesse justificar, mas apenas porque sim; de facto, mesmo depois de terem sido revelados números muito positivos relativos a reincidentes, esses “puros” da “law and order” continuam a justificar o “alarido de natureza histérica” -  como lhe chamou José Manuel Pureza, do BE – que então produziram.

 

Diz António Carlos Monteiro, do PP, que “o CDS discordou e discorda do perdão de penas, que não faz sentido que alguém veja apagada a sua responsabilidade perante a sociedade, só porque surgiu a Covid”; do partido do Ventura e do  Liberal nem quiseram responder, segundo se lê no JN, talvez por acharem inútil bater mais no “ceguinho”.

 

E tenho poucas dúvidas de que esta “boa gente”, se estivessem na qualidade de empregadores, fossem capazes de disponibilizar postos de trabalho para ex-reclusos, por muito que tivessem cumprido na totalidade a pena a que foram condenados, por muito boas que fossem as referências dos serviços de reinserção social e as capacidades do cidadão a precisar de voltar à vida normal porque, para estas boas almas, a condenação deve ser eterna...

 

 

Amândio G. Martins

domingo, 23 de agosto de 2020

O vírus da precariedade, do desemprego, da miséria, da fome

 

A pandemia da covid-19 atirou para a precariedade,
para o desemprego, para a miséria e para a fome muita gente. 
Tantos caíram na rua e esta para muitos passou a ser a sua «casa»(!).
Este vírus não é nada democrático... 
Os sobreviventes que recebem o Rendimento Social de Inserção
vão enganando a fome com pão com dentes... Os que não
têm quaisquer apoios sociais, e são mais que muitos, rastejam
numa solidão desesperante. Foi boa ideia o chefe do executivo
ter dito que se vai implementar uma prestação social para quem
tenha ficado sem proventos de qualquer espécie. Até ser efectivo...
que não doa a barriga porque tem de esperar. Ainda há os que têm 
vergonha de pedir. 'Óh meu caro, vergonha é roubar!', disse eu a um sem-abrigo e sem-amor. «Não consigo senhor, a dignidade não deixa!», respondeu comovido. 
O assistencialismo caritativo não resolve, mas vai matando alguma fome. 
Benzo Deus!

                         Vítor Colaço Santos 

Aventureiros estúpidos

 

Aventureiros estúpidos!...

 

 

São frequentes as notícias sobre gente que reclama socorro em condições de grande perigo para os socorristas, porque não foram respeitadas as regras que o Estado de Direito estabelece para todos; não sei o que acontece a essa gente, depois que se apanha sã e salva, mas não deve ser nada que dissuada outros de fazer o mesmo, tantas vezes se verifica.

 

Lê-se no JN que, na praia de Mindelo, Vila do Conde, três imbecis, com cerca de vinte anos, decidiram nadar, apesar de estar içada a bandeira vermelha, obrigando a que os três nadadores ali em serviço arriscassem a vida para os tirar de lá, tal o perigo que o mar representava naquele momento, ainda para mais com denso nevoeiro; nunca tive nenhuma “simpatia” por quem quer que seja que se julgue no direito de fazer o que lhe dá na gana, sem medir as consequências dos seus actos, pelo que estes irresponsáveis deveriam ser chamados a pagar bem caro, quer pelos custos que acarretam à sociedade como pelo abuso de confiança...

 

 

Amândio G. Martins

sábado, 22 de agosto de 2020

Amália Rodrigues


 
Amália Rodrigues nasceu, em Lisboa, em 23 de Julho de 1920, embora se diga que esta foi a data do registo e que terá nascido antes. Morreu em 6 de Outubro de 1999, também em Lisboa. Está sepultada no Panteão Nacional.

Amália Rodrigues é um elevado ponto de encontro no meio artístico, como cantora e fadista, além dos poemas que escreveu, constituindo uma inspiração abrangente desde as pessoas simples aos mais variados artistas.

A ditadura fascista e salazarista tentou instrumentalizar o fado para atribuir ao povo português uma característica dum conformismo e tristeza permanente. Mas o percurso artístico de Amália Rodrigues contrariou tal objectivo, ao rodear-se de músicos como Alain Oulman e poetas como Manuel Alegre, Ary dos Santos, David Mourão Ferreira, Alexandre O`Neil e cantando também Luís de Camões, combatendo o aproveitamento abusivo que o fascismo pretendeu fazer do fado.

Além do fado o seu reportório abrangia também músicas de tradição popular portuguesa. Percorreu os maiores palcos mundiais com assinalável êxito, onde em alguns casos actuou durante vários meses. Foi protagonista de vários filmes. Fez e apareceu em imensos programas de televisão, em Portugal e vários países de todos os continentes. Editou 170 álbuns em 30 países, vendendo mais de 30 milhões de cópias.

A Festa do Avante de 2020 homenageia Amália Rodrigues, na comemoração dos 100 anos do seu nascimento, com «Amália, Amor e os Poetas», um espectáculo com as vozes de Cidália Moreira, Ana Sofia Varela e Luís Caeiro, em que se recorda a mulher, fadista, cantora e poetisa.

 

Público • Sábado, 22 de Agosto de 2020 (AKM)

Membros do Governo, e não só, falem menos

 

Parece inconveniente e totalmente desnecessário a presença permanente dos membros do

Governo sempre a querer falar, falar, a aparecer e a dar entrevistas, mesmo sem haver razão para o fazer.

 

Não é essa a sua função! Só se e quando for “mesmo” indispensável para informar o país de tudo o que nós temos e devemos saber sobre a governação.

 

Os tempos em que vivemos são de desmesurada mediatização e só quem sabe lidar com isso o pode fazer e todos os demais têm de se conter.

 

Não se fica para a história por falar e aparecer muito, basta olhar para quem já fez parte de um Governo e já está totalmente esquecido.

 

Dar entrevistas, só porque outros o fazem, talvez seja de evitar para não resultar mal, como por demasiadas vezes vem a acontecer.

 

Augusto K. de Magalhães, Porto

JK—MORRE UMA ESPERANÇA , NASCE UMA ETERNA SAUDADE

O VÍDEO, QUE ILUSTRA ESTE TEXTO, É UMA HOMENAGEM PÓSTUMA AO GRANDE PRESIDENTE JK, UM DOS MELHORES QUE JÁ GOVERNARAM O PAÍS. OS MÚSICOS SÃO OS INTITULADOS, “SERESTEIROS AMIGOS DE JK”, POR ELE TER SIDO EM VIDA, GRANDE ADEPTO DAS CHAMADAS SERESTAS, EM UMA SAUDOSA ÉPOCA QUE HAVIA PREDOMINÂNCIA DO ROMANTISMO NAS MELODIAS BRASILEIRAS.

JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA, o nosso saudoso JK, faleceu tragicamente em um acidente automobilístico, no tenebroso dia 22 de agosto 1976, pairando até nos dias atuais algumas dúvidas se realmente foi um acidente ou se foi algo arranjado pelo então regime militar que governava o Brasil.

Nascido numa pequena cidade do Estado de Minas Gerais, chamada Diamantina, de descendência Tcheca por parte de mãe e portuguesa por parte de pai, puxou a determinação da mãe e a tendência liberal e gosto musical do pai.

Seu governo foi caracterizado pelo respeito aos adversários, às opiniões contrárias e uma maneira toda sua de governar sem ódio e sempre com um sorriso bem acentuado, mesmo em situações difíceis. No campo administrativo implantou, entre outras, a indústria de automóveis.

 Deixando como sua marca principal, a construção de Brasília— a nova, moderna e belíssima capital da República brasileira, encravada no planalto central do país, numa região colonizada pelos  chamados Bandeirantes, por determinação da então coroa portuguesa.

Ficaram célebres as palavras de JK no início da construção da cidade:

"Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada, com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino."


 

Oligarquia tenebrosa

 

Oligarquia tenebrosa!...

 

 

Num regime político como aquele em vigor na Rússia, em que o capitalismo na sua forma mais rapina beneficia dos métodos sinistros que sobraram da máquina comunista, qualquer tentativa de oposição está condenada ao fracasso, com a supressão sistemática de quem quer que tenha veleidades democráticas, sejam eles políticos, jornalistas ou simples cidadãos que manifestem desejos que desagradem aos oligarcas.

 

E o que estão a fazer à vida de Alexei Navalny, preso político por incomodar o czar, é só mais um caso de eliminação de um democrata, havendo fortes suspeitas de ter sido envenenado, coisa habitual naquelas paragens e tanto mais evidente quanto se recusam a que seja transferido para um país estrangeiro, para o que usam dos mais infantis subterfúgios, tal o receio do que possa ser encontrado no corpo da vítima...

 

 

Amândio G. Martins

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Paladinos da cloroquina

 

Paladinos da cloroquina...

 

 

...A fazer escola por cá?   É que até fiquei um pouco mais parvo do que já era, ao ler no JN que há uma norma da Direcção Geral de Saúde que ainda recomenda a hidroxicloroquina como terapêutica para combater o vírus pandémico, apesar de há muito ter sido descartada pela Organização Mundial de Saúde.

 

Valha ao menos que os médicos ouvidos pelo referido jornal garantem não estar a seguir aquela norma, dando preferência a fármacos mundialmente reconhecidos como mais indicados e seguros, como o Remdesivir; quero acreditar que, mais do que negligência, o esquecimento se deva à dimensão do problema, que tem assoberbado os responsáveis da saúde em todo mundo...

 

 

Amândio G. Martins

 

 

 

 

 

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Amigos - Inimigos

 

Amigos – Inimigos...

 

 

Em homenagem a Victor Cunha Rego, jornalista que admirava, transcrevo um dos  Editoriais que escreveu no Semanário, de que foi director.

 

“As pessoas acham que precisam de ter ”amigos”, tomando como tais aqueles que defendam os seus privilégios, que as ajudem perante as mutações do poder, que as recomendem na busca de um emprego, de uma casa, de um médico. E também quem se recorde da data do seu aniversário, mostre preocupação se está resfriado e, sobretudo, telefone uma, duas vezes por dia.

 

Essa “amizade” é anacrónica e angustiante. Burla a lei, ilude o mérito, dá mostras de feudalismo e de folclore. Serve de instrumento de poder – tantas vezes doentio – a quem a demonstra e transforma o outro em cativo. Contrapõe-se à moral como privilégio.

 

Amizade não é isso, não é essa conquista. É uma consideração individual, única e inconfundível. É uma virtude e, como todas as virtudes, é indivisível, absoluta e gratuita. Amigo não é o que nos faz favores mas o que nos faz justiça sem com isso atribuir-nos prémios ou derrubar o nosso inimigo.

 

A amizade, como diz Francesco Alberoni, é uma relação, entre dois seres isolados, donos de si próprios. É um encontro entre iguais – por muito que sejam, também, diferentes. Só há amizade na independência e na semelhança de dignidade de cada um. O amigo não é aquele que nos dá presentes e nos protege.

 

É o cúmplice, num momento de mudança, que nos compreende quando perdemos a identidade e temos de reconquistá-la numa sociedade que deixou de ser familiar. Amigo é aquele que nos faz entender que a sociedade mudou, nós mudamos e, ao mesmo tempo, nos acompanha na nova aventura de um território desconhecido. Amigo não é, como a nossa veia árabe pretende, aquele que se bate contra o nosso inimigo.

 

Uma comunidade é feita tanto por nós como pelos nossos inimigos. Necessitamos, emocionalmente, da amizade e da inimizade, do amigo e do inimigo. Não é por acaso que a morte do inimigo provoca, tantas vezes, um vazio”.

 

 

Transcrito por Amândio G. Martins

O PÚBLICO e a pandemia

No já longo tempo em que as atenções gerais convergiram na pandemia, o PÚBLICO adoptou uma orientação editorial concentrada no combate às consequências primárias da doença. Aceita-se, pelo alinhamento com a opinião generalizada (para a formação da qual também contribui em grande escala...), embora se possa considerar que o dissenso criador saiu prejudicado. Raras foram as vezes em que se “viram” vozes discordantes no que toca à linha oficial da quase generalidade dos governos europeus. A verdade é que, no horizonte de hoje, não se vêem as mesmas multidões a “exigir” um novo confinamento geral, pela simples razão de que tal não será possível sem que se destrua o que ainda resta das economias nacionais. Poderá pensar-se então que, na primeira fase, talvez as medidas sanitárias básicas, pouco ou nada intrusivas do corpo sócio-económico, e aceites por todos, teriam bastado para se obterem resultados não muito diferentes. É um ponto de discussão que, não sendo despiciendo, não se viu explorado. Talvez o PÚBLICO tivesse considerado que a divergência nessa matéria poderia contribuir para a confusão, contraproducente, um temor socialmente compreensível, mas, digamos, pouco “científico”. 
Contudo, essa orientação não é a mesma coisa que deixar-se passar a noção de que quem não alinha na ideia do confinamento como única saída para o problema é um irresponsável apenas preocupado com os bons resultados da economia, em detrimento da saúde pública, e em desrespeito pelo número de mortes nos grupos de risco, designadamente entre os mais velhos. Com o à-vontade que me dá pertencer a esses grupos de risco, permito-me assinalar que, a par das mortes imediatas pelo coronavírus, também me preocupo com o mundo que os meus netos já estão a defrontar, e com as vítimas que vão surgir, ocasionadas não pela pandemia, mas pela luta contra ela.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Não é só na Bielorrussia

 

Não é só na Bielorrússia...

 

 

...Que a democracia e as regras de um Estado de Direito são atropeladas a toda a hora; é verdade que, daquela anedótica figura que preside os Estados Unidos nada há já que surpreenda, mas o descaramento com que afirma querer “estrangular” os serviços de distribuição postal do país -  para o que até colocou um homem de mão a dirigí-los - com o declarado objectivo de impedir o voto livre dos cidadãos que precisam recorrer a esse meio, porque estes serão maioritariamente votos nos democratas, nem Lukashenko faria melhor.

                             

E o que mais espanta é que na dita mais evoluída democracia do mundo, onde até se permitem ditar quais são e não são os países democráticos em todo o planeta, tão sinistras manobras não só sejam possíveis como antecipadamente anunciadas, sem que as instituições que têm por função principal zelar pelo cumprimento das regras estejam a dar um sinal de tranquilidade aos cidadãos...

 

 

Amândio G. Martins